"Rico também pode salvar-se" – Claudinei M. Oliveira
Terça - feira, 15 de Novembro de 2011.
Evangelho Lc 19,1-10
Este Evangelho deve amedrontar muita gente. Ao ler a escrita de Lucas muitas atitudes devem ser tomadas. Não dá para continuar a vida desregrada com luxuria, esbanjamento e acreditando que não vai prestar contas para Deus no dia do Juízo Final. Lucas é bem claro: deve converter-se para ganhar a salvação.
Foi o que aconteceu com Zaqueu. Um homem rico, poderoso, cobrador de impostos, exibia status social pela posição rica, sempre se mostrou acima dos marginalizados e, pelas práticas da coleta dos tributos, arruinavam os mais necessitados. Todavia, esperava ver Jesus atravessando a cidade de Jericó. Mas sua estatura pequena não permitia. Resolveu subir na árvore num lugar estratégico. Veja que ironia: um homem rico e poderoso ter que subir numa árvore como animal para ver alguém especial!
Foi surpreendido por Jesus que resolveu pernoitar em sua casa. Viu que sorte danada. Claro que ficou contente, porém, não imaginava que isso poderia acontecer. Mas é assim mesmo: Jesus sempre nos surpreende, Ele lê nossos pensamentos, antecipa nossos desejos, nos pega de surpresa para ver até onde estamos preparados.
A alegria foi tamanha que Zaqueu resolveu limpar o coração. Mostrou-se comovido pela bondade de Jesus e resolveu devolver o que tinha roubado: "a metade de meus bens, Senhor, eu dou aos pobres; é, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais". Foi momento cume da salvação, momento de revelação, êxtase de um cristão que encontrou a plenitude. Então Jesus respondeu:"hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é filho de Abraão".
Zaqueu compreendeu que a salvação é a entrega total. Somente quando compreender que a injustiça mata e viola o cerne do Espírito de alguém e que o Evangelho foi entendido. Não tem como professar a fé no Deus justo e libertador, praticar a religiosidade e clamar por dias melhores, se a riqueza fala mais alto. A fé estende-se fora das portas da igreja, a fé mescla o ser do indivíduo, assim a vida fora da igreja também deve preservar a bondade da justiça.
A riqueza por si só maltrata o Reino de Deus, deixa a pessoa egoísta e interesseira, não deixa enxergar o Deus vivo, torna-se cego. É preciso doar, partilhar, promover a bondade do Senhor entre os irmãos. Não tem como chegar a salvação no Reino se não sou capaz de partilhar, ao contrário, cada vez que enriqueço mais distante da salvação permaneço. Amém!
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