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16 de dez. de 2010

A cura do homem com a mão seca- Sal

19 de Janeiro

Evangelho - Mc 3,1-6

Jesus entra no templo e logo percebe um irmão excluído pela sociedade por causa de um defeito que tinha em uma das mãos. Sentado no chão, com vergonha por ser um dos últimos dos seres humanos naquela sociedade excludente, e com pena de si mesmo, o pobre homem tentava se conformar com a cruz que tinha de carregar, como o faz muitos irmãos que hoje perambulam pelas ruas de nossas cidades, pobres criaturas mal vestidas e mal cheirosas, dependentes da nossa caridade para matar a fome e a sede.

Era dia de sábado, e segundo a lei não era permitido fazer absolutamente nada.

Estavam presentes os lideres judaicos, escribas e fariseus, que se julgavam os puros observadores da lei de Israel, estavam como sempre a observar se Jesus faria algum milagre no dia do descanso segundo a Lei. Eles não disseram nada. Somente estavam observando, mas Jesus percebeu os seus pensamentos e sem nenhum temor, pede ao aleijado que se levante. Todos de olhos nos dois, principalmente os escribas e fariseus. E Jesus então pergunta aos presentes, especialmente aos seus adversários:

“Eu pergunto a vocês: o que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer?”

Em seguida, Jesus cura, aquele homem libertando-o daquele defeito que o marginalizava, que o humilhava.

Os lideres judaicos, furiosos, trocam entre si opiniões, sobre como eliminar Jesus, que segundo eles, estava desrespeitando a Lei.


Ao contestar a observância religiosa do repouso sabático, imposta pela Lei de Israel, Jesus mostra que o mais importante, é salvar a vida, é fazer o bem, e não observar cegamente um preceito religioso simplesmente por observar. Este foi um dos quatro gestos de Jesus em que Ele agride a ordem legal defendida pelos mandatários locais. Jesus não se intimida e, ostensivamente, toma a iniciativa provocadora de passar por cima daquele preceito religioso e libertar aquele pobre homem do seu motivo de humilhação social. Enquanto que os seus oponentes, que se julgavam tão santos, tramam a morte de Jesus.

Nós também não devemos nos intimidar diante das injustiças, diante das coisas erradas que nos cercam. Vizinhos que nos incomodam, e outros abusos que são frutos do egoísmo das pessoas que só pensam em satisfazer os seus intentos e desejos sem se incomodar se estão prejudicando os demais. Precisamos ter a coragem de reclamar, de enfrentar tais abusos, porém sem ofender os abusados. Poderemos ser crucificados, retaliados. Por isso, peçamos a proteção de Deus.

Sal.

Conclusão.

A vivência legalista e proibitiva da religião é uma das maiores manifestações da dureza de coração que pode acontecer na vida das pessoas. Quando isso acontece, as pessoas não são capazes de descobrir os valores que devem marcar o nosso relacionamento entre nós mesmos e entre nós e o próprio Deus, e a religião acaba por se tornar um mero cumprimento de obrigações e de ritos, numa verdadeira bruxaria. Esta forma de religião acaba por ter como um dos seus principais fundamentos a relação de poder, o autoritarismo e a estratificação social a partir da fé das pessoas. É por isso que as autoridades do tempo de Jesus procuram descobrir a maneira como haveriam de matá-lo. (CNBB)

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