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11 de jul. de 2011

Jesus curou a febre da sogra de Simão.



31 de agosto

É inevitável. Mais cedo ou mais tarde todo ser humano se confronta com a seguinte pergunta: que sentido tem minha vida? que fiz até agora? que poderei fazer no resto de meus anos? Cada um de nós somos uma milionésima parte de uma humanidade de milhões de seres humanos. O que cada um de nós é e faz tem resultado irrelevante para o conjunto. Muitos de nossos agonias e afãs se devem a uma excessiva supervalorização de nossa pequenez e insignificância.

O demônio meridiano é aquele que nos formula estas perguntas na metade da vida. Se trata de uma questão tão decisiva, que muitos tomam decisões drásticas... para "não perder o trem". Esse é o tempo dos divórcios, os abandonos do ministério ordenado ou da vocação religiosa..., das conversões a um novo estilo de vida... ou das grandes depressões. E no fundo surge essa pergunta sem resposta e um tanto narcisista: "mas a mim, quem me quer?" O profeta Jó expressou muito bem:
"Meus dias correm sem esperança"/"Minha vida é um sopro".

Teremos de resignar-nos a viver mediocremente, sem a satisfação de nossos mais profundos desejos? Será nosso desejo de felicidade uma isca para um ideal impossível? Sonhamos em obter algo que nos parece o limite de nossos sonhos; e quando o temos se torna rotineiro e ao final aborrecedor e insuficiente.

O sentido da vida não se encontra nas grandes declarações, em conseguir momentos de fama e aplauso, na notoriedade passageira de alguns dias, meses ou anos. O sentido da vida não se encontra simplesmente no que fazemos, no cargo que ocupamos, no que somos para a sociedade. O sentido da vida está "no coração", no interior, na morada mais secreta de nosso ser.
Quando minha morada interior está habitada, minha vida tem sentido. Quando minha morada interior está deserta e não é lugar de encontro, de acolhida e de recebimento, minha vida não tem sentido.

O evangelho deste domingo é, a meu modo de ver, uma surpreendente resposta às perguntas formuladas por Jó na primeira leitura. O evangelista Marcos nos apresenta a agenda de Jesus de um dia qualquer. O dia está distribuído entre várias atividades: atividade religiosa-comunitária na Sinagoga, visita à casa de seus amigos Simão e André a cura da sogra de Simão, quando se põe o sol atende a muitos enfermos físicos e espirituais com uma especial alusão aos demônios, aos que proibia falar. É de supor que Jesus se recolhe tarde. Não obstante, na madruga vai a um lugar afastado para orar. Quando os demais descansam, Ele vigia. Jesus cultiva sua morada interior: e nela recebe a presença do Abbá e do Espírito recebido por Ele. Quando Simão o procura é porque há gente que necessita, Jesus mostra um coração aberto à totalidade: também há que ir a "outros lugares". E conclui com uma misteriosa afirmação: "Para isto saí!".

Essa é a resposta ao sentido da vida: essa agenda equilibrada de religiosidade, amizade, descanso e oração. "Para isto saí", diz Jesus a Simão. Quando Pedro pregou aos judeus sobre Jesus evocou provavelmente esta missão de Jesus quando disse:
"concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele. Nós somos testemunhas de tudo quanto fez, tanto na terra dos judeus como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro" (Atos 10, 38-39).

Deus estava com Ele! Jesus era um santuário vivente e itinerante. Jesus não é um fundamentalista das horas de oração, tão pouco é um fundamentalista das horas do trabalho missionário. Vive na serenidade de quem não se sente imprescindível e, no entanto, passa fazendo o bem. Jesus não quer afiançar seu poder em nenhum lugar. Não encontra o sentido em "possuir", em "assentar-se", em prolongar seus mandatos ditosos, senão em "sair". A vida faz sentido quando "saímos", quando nos sentimos parte de uma Missão que, compartilhada, leva adiante os sonhos de Deus sobre o mundo.

É questão de sair e integrar-se. Sempre há tempo. Quando nos dispomos a perguntar pelo sentido da vida, devemos procurar a resposta em nossa "morada" mais íntima e no dinamismo interior que nos leva a "sair" para opor-nos ao mundo do mal que nos circunda.

Oração e Missão são as chaves de uma vida com sentido. Esse é o equilíbrio vital. Oração é entrar na Morada. Missão é sair para anunciar o Evangelho e fazê-lo presente. Entra-se saindo, sai-se entrando. Misteriosa combinação de movimentos: nunca dentro sem estar fora!, nunca fora sem estar dentro! E assim o Evangelho se propaga através de nossas saídas e entradas. Difícil é "sair" para o diverso, para o diálogo com os diferentes. Difícil é entrar em si mesmo e descobrir a própria identidade. Apaixonante é sair e entrar... esse é o SENTIDO de nossa vida peregrina. Benditos interrogantes que nos permitem seguir vivos e avançar....

José Cristo Rey Garcia Paredes

 

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