Sexta - feira, 15 de julho de 2011.
Evangelho – Mt 12,1-8
No Evangelho de hoje Jesus mostra para os fariseus que a lei do homem só serve para oprimir o outro e dificilmente está para salvar vidas. Na observância da lei esquece-se da misericórdia e no tratamento cordial para com os filhos de Deus. Permite que a opressão cegue o cristão não dando oportunidade para o crescimento e para a libertação.
Jesus caminhava com seus discípulos alertando o povo dos maus tratos e dos descaminhos. Oportunizava-o com novos caminhos com saídas singulares. Jesus não queria ver o sofrimento dos seus irmãos. Por isso, nas caminhadas sempre pregava o desapego do mundo mundano. Dava rumo de superação, incentivava crer na sua palavra, buscava acolher todos. Numa desta caminhada seus discípulos colheram numa plantação alimentos para saciar a fome. Até aí tudo bem. Quem tem fome deve procurar alimentos para fortalecer o corpo. Não tem como viajar com fome. Afinal, a caminhada fica mais longa se não saciar a fome. Mas cometeram um "crime": colheram alimentos no dia de sábado. E pela lei farisaica não poderiam fazer nada neste dia. Dessa forma cometeram um "delito". E os fariseus não perderam a oportunidade para zombar de Jesus: 'Olha, os teus discípulos estão fazendo, o que não é permitido fazer em dia de sábado!' Jesus não deixa barato e adverte os fariseus: 'Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma? Com resposta objetiva Jesus desbanca os fariseus. Pois violar as leis para uns pode, mas para saciar a fome não. Se os sacerdotes, conhecedores e guardiães das leis, violam sem contrair culpa alguma, qual o sentido, então, da lei? A lei maior é Deus e quando for necessário para motivar a esperança de um perdido ou para arrebanhar uma ovelha, mesmo sendo num sábado, pode violar a lei dos homens.
Para o missionário ou discípulo não importa o dia ou a hora. O trabalho deve ser feito em qualquer circunstância. A mensagem do Evangelho deve ultrapassar as barreiras do comodismo do homem que impõe limite para barrar a disseminação da Palavra. O trabalho de acolher as ovelhas perdidas é uma meta almejada em qualquer dia da semana. Não pode, a lei do homem, de maneira alguma ser empecilho do trabalho missionário para saciar a fome de Deus. O tempo passa muito rápido e, talvez ao amanhecer do outro dia, pode ser tarde para recuperar o cristão desiludido e machucado.
A vida humana não pode ser sacrificada por prazer do homem com suas regras e jogos. Por que sacrificar uma vida se a misericórdia de Deus é maior? Devemos sim sacrificar uma vida para a salvação da alma. O sacrifício para Deus é a glória da vida eterna. Mas o sacrifício da fome por ser um sábado que, a priori, era descanso não pode acontecer.
Portanto, Deus quer a vida acima de tudo. Uma vida liberta do mal e das tarefas árduas propostas pelo homem. Deus quer uma vida feliz e cheia de alegria. Onde a liberdade avança sobre a opressão e a violência, onde a liberdade vislumbre o Deus justo e misericordioso, onde a fome de Deus é saciada para dar força para batalhar pelo reino da fraternidade.
Que não prendemos nas coisas mundanas e não fazemos sacrifícios para atender uma classe que maltrate a outra. Que sejamos libertos dos vícios das leis do homem e seguimos a lei libertadora de Deus. Que sejamos retos no discernimento do verdadeiro Cristo. Amém!
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