9 de Agosto
"E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe."
O próprio Jesus não foi bem acolhido pela elite dominante, pelo contrário, foi rejeitado. No entanto, O Filho de Deus foi acolhido pelos oprimidos, e renegados daquela sociedade injusta.
Sabemos que na nossa sociedade o acolhimento é marcado pela discriminação. São mal acolhidos os nordestinos, os negros, os pobres, entre outros. Perante a lei, somos todos iguais, porém, na prática do dia a dia, isso não acontece. O tratamento do patrão para com o empregado pobre, migrante nordestino, é desigual, é diferente do tratamento que ele dispensa aos seus iguais socialmente falando. Sabemos que assim como o professor tem de manter uma certa distância entre ele e o aluno, o patrão também deve tratar os seus empregados com uma prudente distância. Porém, essa distância não deve ser embasada em desumanidade, ou na falta de caridade.
Por outro lado, sob a desculpa de que somos cristãos e combatentes de toda injustiça, às vezes nos esquecemos da caridade ao corrigir o nosso irmão que erra. Não conseguimos separar o pecado do pecador, como o fazia tão bem o Mestre. Assim, ficamos de mal, ficamos magoados com o irmão que nos ofende, deixamos no gelo aquele que não dança a nossa música, ou que não é do nosso nível. Isso é nada mais nada menos que discriminação. E isso pode estar acontecendo nos ambientes mais santos, por incrível que nos possa parecer. Pois como já nos referimos, com a desculpa de que estamos combatendo ou corrigindo o que não é certo, o que é imoral, nós eliminamos, ignoramos, não acolhemos certos irmãos ou irmãs que não são como nós, que não têm o nosso mesmo nível tanto social como de santidade, que não pensam e agem como nós, etc.
Ao contrário do que nos ensinou O Filho de Deus, nós acolhemos muitíssimo bem aqueles que pensam como nós, que são do nosso nível, que não são negros, pobres, mal vestidos ou do interior. Esquecendo as palavras de Jesus, que nos advertiu sobre esta prática desumana. Assim agindo, não teremos nenhuma recompensa, pois embora nos apresentemos como cristãos autênticos, estamos agindo como os maus.
Vamos acolher o irmão, pois nele está o Cristo. O irmão, assim como eu, foi feito à imagem e semelhança de Deus. Portanto, se rezo a Deus e digo que o amo, e trato mal o meu irmão, não o acolho, não o aceito como ele é, eu estou sendo como um carro que sobre o atoleiro desliza, patina e não sai do lugar. Esse tipo de espiritualidade é completamente falha. "Ame a Deus e ao próximo". Se eu digo que amo a Deus que nem vejo e desprezo o irmão que vejo, estou sendo um falso cristão. Pense nisso hoje quando estiver diante de um irmão carente, dependente, suplicante, chato, feio, aleijado, doente, de pouca inteligência, incompetente, etc.
Sal.
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