Quarta-feira, 10 de Agosto de 2011
Evangelho - Jo 12,24-26
Hoje nós celebramos a festa de S. Lourenço mártir. Ele viveu em Roma, no Séc. III, tempo do imperador Valeriano, um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos. Lourenço era diácono e coordenava a assistência aos pobres da diocese de Roma.
O imperador prendeu o papa, Sixto II. Alguns dias após a prisão, o Diácono Lourenço foi visitar o papa. Prevendo seu martírio e coisas piores para a Igreja de Roma, o papa pediu a Lourenço que vendesse todos os cálices e utensílios sagrados, para que não fossem profanados pelos pagãos, e desse o dinheiro aos pobres. Assim fez Lourenço. Dias depois, Sixto II foi decapitado.
Logo em seguida, o imperador ordenou a Lourenço que reunisse todos os tesouros da Igreja e depois o avisasse, para ele fosse pessoalmente buscá-los.
O que Lourenço fez. Reuniu na casa do papa os pobres que a Igreja atendia, e avisou o imperador de que os tesouros da Igreja já estavam reunidos. Sem saber, o imperador veio com suas carruagem, pensando encontrar uma grande fortuna.
Lourenço o recebeu do lado da casa, depois abriu a porta, apontou para os pobres e disse: "Majestade, aqui estão os tesouros da Igreja. Pode levá-los. Aliás, Vossa Majestade os encontra em todas as ruas de Roma, deitados nas calçadas".
Diante do acinte, o imperador ficou furioso e mandou prender Lourenço. Logo depois foi condenado à morte, e executado com o suplício mais cruel: queimado vivo.
Os soldados fizeram uma grande grelha, tipo churrasqueira, deitaram Lourenço em cima e puseram fogo na lenha.
Lourenço era muito alegre e brincalhão. Movido por uma força especial de Deus, ele disse ao carrasco: "Pode virar-me, deste lado já está assado!" Isso aconteceu dia dez de agosto de ano 258.
Na verdade, quando chamou os pobres de tesouro da Igreja, Lourenço não quis provocar o imperador, mas dizer a verdade. O grande tesouro da Igreja são os pobres. Eles são a maior riqueza das nossas Comunidades, e ao mesmo tempo a sua grande preocupação.
No Evangelho, Jesus nos apresenta a bela comparação do grão de trigo: "Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto". E ele mesmo explica a comparação: "Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna".
A nossa vida assemelha-se à semente: para produzir frutos, ela precisa morrer na terra úmida. O cristianismo é uma opção radical por Deus e pelo Evangelho, sacrificando até a própria vida, se necessário for, sabendo que ganharemos outra vida melhor, após a nossa ressurreição. Esta era a fé de S. Vicente, diácono.
Precisamos amar a Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre a nossa vida terrena.
Nós pedimos a Maria Santíssima e a S. Vicente que nos ajudem a seguir Jesus, como bons discípulos e discípulas.
Se alguém me serve, meu Pai o honrará.
Padre Queiroz
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