“A nossa prática nos revela” – Claudinei M. Oliveira
Sábado, 10 de Setembro de 2011.
Evangelho – Lc 6, 43-49
Continuamos em Lucas a briga de Jesus com os poderosos. Jesus não quer dar moleza para os homens de posses e de sabedoria. Assim, na prática discursiva o Mestre fala em parábolas para convencer os excluídos a encontrarem o caminho correto e os dominadores e se auto-refletir sobre suas metodologias persuasivas.
Como pode colher laranja se o pé e limoeiro? Como pode colher uma jaca se a árvore é mangueira? Isto é praticamente impossível acontecer. É querer enganar os próprios olhos ou enganar a si mesmo. Do mesmo modo acontece com a nossa pessoa. Eu me revelo nas minhas ações do cotidiano. Eu sou o que falo, prego, denuncio, acolho, ajudo, ou simplesmente não sou nada disso. Entretanto, eu sou o que faço. Revelo-me por completo nas atitudes do cotidiano. Não tenho como fugir dessa realidade.
Se tenho aprendido a ouvir a Deus e vivo a misericórdia de Nosso Pai, com certeza serei no dia-a-dia aquilo que vivo e comungo. Os preceitos de Deus como a justiça, o amor, a solidariedade, a paixão e outros neste sentido vivido na essência, sem sombra de dúvida, terei uma prática que revela o amor a Deus. Mas se não vivo a gratuidade de Deus, não tenho como revelar a gratuidade desse Deus nas minhas ações.
O que Jesus nos pede através de Lucas é o discernimento. Ter atitudes concretas. Lutar para acontecer o que desejamos. Não ficar esperando que as coisas aconteçam sozinhas ou caiam do céu projetos resolvidos. É preciso ter ações. Sermos acionários para a construção do Reino, mas fazer com justiça e equidade.
Não adianta ficar gritando Senhor, Senhor! Ele sabe o que precisamos. Enquanto ficamos na igreja de portas entreabertas gritando o nome do Senhor, milhares de irmãos morrem de fome, milhares de crianças são pervertidas pelos adultos, milhares de mães matam seus rebentos ainda no útero, milhares de jovens perdem a vida pelas drogas. Ainda abrimos a boca para reclamar: oramos tanto Senhor é não fomos ouvidos! Se agirmos assim somos insensatos com Deus e com nossos irmãos. Somos realmente tolos.
Com tantas orações sem ação é como o construtor que fez sua casa na areia e não encontrou a rocha. Qualquer vento ou tempestade a derruba. Ficamos orando sem sentido e não vivemos a Palavra, quando temos uma proposta maléfica, sem perder tempo, abraçamos.
Portanto, as práticas nos relevam por completo. Não devemos esperar que alguém faça algo por nós ou resolva nosso problema. Devemos agir. Rezar, agradecer a Deus e trabalhar para novo mundo. Um mundo de paz, de amor e de concórdia. Não sejamos tolos em somente rezar, mas orar e trabalhar para o Reino. Que Deus nos ilumine em nossa labuta do dia-a-dia afim de construirmos uma casa sólida e cheia de ternura e aconchego. Amém!
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Claudinei M. de Oliveira
Tenha a Paz de Cristo em seu Coração!
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