14 de dezembro
A parábola é muito simples. Jesus se dirige, de forma provocadora, às lideranças político-econômicas e religiosas do tempo, perguntando: "O que vocês acham disso?" A parábola, portanto, é uma provocação de Jesus aos que servem de suporte a uma sociedade injusta. Ao responderem à parábola, eles serão forçados a se posicionar e, conseqüentemente, acabam emitindo a própria sentença.
A parábola fala de dois filhos com atitudes contrastantes: o filho mais velho é muito impulsivo e reage com um "não quero" quando o pai lhe pede que vá trabalhar na vinha. A seguir, pensa melhor e volta atrás: "depois arrependeu-se e foi". O filho mais novo é cheio de etiquetas, incapaz de responder impulsivamente: "Sim, senhor, eu vou", mas acaba não indo trabalhar na vinha.
O filho mais velho representa os pecadores e os marginalizados que aceitam a mensagem de Jesus e se comprometem com a proposta da justiça do Reino. O próprio evangelista Mateus está entre essas categorias sociais, pois era cobrador de impostos. Junto com as prostitutas, constituíam os grupos sociais mais detestados pelas elites religiosas e políticas do tempo de Jesus. Os donos do saber e da religião haviam decretado que essas categorias de pessoas não teriam parte no mundo futuro, exatamente o contrário de tudo o que Jesus ensinou. Cobradores de impostos e prostitutas, portanto, são a síntese da marginalidade, considerados pecadores públicos.
O filho mais novo recorda as "pessoas de bem", maquiladas de religiosidade e "justiça", prontas a se escandalizar e a se levantar em defesa de suposta verdade, mas presas fáceis do dinheiro (os anciãos eram latifundiários), crentes de que estavam cumprindo a vontade de Deus.
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