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18 de nov. de 2010

Zacarias - Pe. José Cristo Rey

24 de Dezembro – Zacarias

Evangelho - Lc 1,67-79

O sol que nasce do alto nos visitará.

Eu não sou quem pensais!

A tendência idolátrica nos seres humanos é imensa. Muito facilmente nós criamos um entorno de ídolos que monopolizam toda nossa capacidade de adoração e entrega. A entrega idolátrica tem três características: excesso, intensidade emotiva e dedicação. A idolatria é uma forma excessiva, exagerada de apreciar uma realidade. A idolatria é manifestada na intensidade dos sentimentos e emoções, dificilmente controláveis. A idolatria nos torna dependentes e nos arrebata a autonomia.

Os primeiros cristãos sentiram algo que hoje para nós, pode ser edificador. O personagem de João o Batista foi para eles um personagem excepcional. Sua origem foi difundida como uma autêntica maravilha: o pai sacerdote, incrédulo e castigado, a mãe, uma mulher estéril, porém crente, agraciada pela misericórdia de Deus, com um menino que desde o seio materno foi marcado pela escolha, se prepara para sua grande missão vivendo no deserto.

Não poucos cristãos, seguidores depois de Jesus, e inclusive cristãos da Diáspora (Éfeso) foram durante um tempo discípulos de João. Sentiram-se fascinados por sua pessoa, por sua mensagem, por sua contribuição profética: receberam o batismo de João.

A aparição humilde de Jesus, submetendo-se inclusive ao magistério de João e fazendo-se batizar por ele e falando sempre positivamente dele, constituía um elemento perturbador. Não é improvável imaginar conflitos entre os seguidores de João e os seguidores de Jesus; o declínio de João e o amanhecer de Jesus.

Todo o líder, e talvez mais o líder religioso, suscita no seguidor uma devoção muito intensa. Muito mais quem é crítico ante o sistema religioso vigente e oferece alternativas arraigadas dentro da melhor tradição! João era uma alternativa ao sistema vigente em Jerusalém. Gerou um movimento de purificação e de agregação muito forte no povo. Era um homem de Deus, porém também tinha as idéias muito claras. Nele se destacavam elementos contra-culturais muito fortes. Aparecia como um autentico "apocalíptico" que apenas confiava na continuidade do sistema vigente.

Tanto João como Jesus suscitavam em seus seguidores adesões muito fortes; quem sabe até excessivas. Jesus esquivava-se de tais atitudes ocultando-se, orientando as pessoas para o Abbá e seu Reino. João também dizia: "Não sou eu o que pensais". Remetia a “outro” que ia vir depois dele. Jesus e João evitavam qualquer indicio de fanatismo e idolatria.

Neste domingo temos que render uma grande homenagem à figura de João. Ele provou ser fiel à chamada de Deus. Não abusou, nem fez dela um motivo para prosperar, para opor-se a Jesus, ou para deixar-se ser levado pelo ciúme ou pela inveja. João soube se habituar à sua finitude, aos limites de sua vida e missão. Porém teve o acerto de descobrir o que vinha depois dele e de preparar-lhe o caminho.

Jesus e sua mensagem nunca devem ser "instrumentalizados" por nenhum motivo. Não se deve falar de Jesus “por oficio”, mais por convicção, por experiência. Há vezes nos quais nossas referencias a Ele, o Senhor, o Cristo, parecem ocas, vazias, sem emoção. São invocações que ratificam nossas posturas, já tomadas.

Queira nosso Deus nos conceder a graça de ser a Igreja que aprende de João, o Precursor, a humildade; ser a Igreja que concede espaços "ao que vem" e que sabe reconhecer seus limites.

Queira nosso Deus nos conceder a graça de ser a Igreja que supera o "apocalipticismo" de João; a Igreja que não ameace com fogos, com condenações, que não se afaste dos caminhos do mundo; a Igreja que não se isole em desertos, mas que sai em busca de todos os necessitados, de todos os enfermos, de todas as pessoas que sonham um mundo diferente: a Igreja de Jesus!

Com Jesus é impossível ser idólatra. Com Jesus tudo se reveste de abundância. Não se dogmatiza, nem se é absolutista com aquilo que se passa. Com Jesus nos sentimos impulsionados a dizer: “Abbá nosso...”. “A Ele somente adorarás. A Ele somente darás culto”.

Pe. José Cristo Rey Garcia Paredes

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