Neste Evangelho, através das parábolas da semente de mostarda e do fermento, Jesus nos explica como que cresce o Reino de Deus.
Reino de Deus é esse projeto de vida nova instituído por Jesus: um mundo vivendo na verdade, na justiça, na paz, na fraternidade e na graça de Deus. É um projeto que tem aqui na terra apenas a primeira fase. Seu desabrochar pleno será no céu.
No Reino de Deus há um contraste entre a pequenês e a fraqueza do início, e a magnitude e força dele depois de desenvolvido. Isso porque existe alguém agindo nele e apoiando os cristãos, que é o Espírito Santo.
O fermento, depois de misturado na massa de farinha, a gente não o vê agindo. Assim acontece com o Reino de Deus: as pessoas não o vêem, a não ser pela fé. Mas vêem o seu resultado. É o que os pagãos diziam dos primeiros cristãos: "Vede como eles se amam!"
Percebe-se nas duas parábolas, pela maneira de Jesus contar, que Jesus quis acentuar mais o êxito final do que o processo de desenvolvimento. É a semente de mostarda tornando-se uma árvore tão grande que os passarinhos vêm fazer ninhos em seus galhos. E é o fermento, pelo qual ninguém dava nada, que fermenta toda a massa. A conclusão que se tira é a paciência. É esperar e confiar no resultado final, mesmo que não se vêem indícios agora. É não abandonar a luta nem sair dos critérios evangélicos de ação.
Em toda a história bíblica, especialmente nos Evangelhos, percebe-se a predileção de Deus pela debilidade, pequenês e pobreza. É Judite que vence Holofernes, Davi que vence Golias, o homem nascido na gruta que transformou o mundo, doze homens simples, a maioria pescadores, que são os primeiros encarregados de levar em frente a obra a Igreja das catacumbas que depois se desenvolveu e cobre a face da terra, o líder de Comunidade pobre, doente e sem estudo, que opera maravilhas etc. Na fragilidade, as pessoas se abrem mais a Deus e o deixam agir. Essas duas parábolas nos trazem uma mensagem de esperança, de otimismo e de paciência.
Nós temos uma sede de êxitos imediatos, e isso nos torna impacientes, diante da lentidão do Reino de Deus. Essa impaciência tem levado muitos a trabalhar à margem dos critérios cristãos. Vamos, então, continuar firmes na luta, apesar dos precários resultados.
Havia, certa vez, um fazendeiro que tinha três filhos homens. Quando ele estava bem idoso e com a saúde debilitada, o filho mais novo quis assumir a coordenação de tudo: dos funcionários, das lavouras, do comércio, da sede da fazenda...
Vendo aquilo, o pai estava preocupado. Deu muitos conselhos ao filho, argumentou, mas não o convenceu. Um dia, os dois estavam sentados no pátio da fazenda, e o pai teve uma idéia: Saiu, pegou uma varinha, deu-a para o filho e disse: "Quebre para mim esta vara". O rapaz quebrou na hora.
O pai saiu, pegou um punhado de varinhas e deu o feixe para o filho, com o mesmo pedido. O rapaz lutou, colocou o feixe no joelho... mas não conseguiu. O pai então lhe disse:
"Meu filho, se você assumir tudo sozinho aqui na fazendo, vai ser como aquela varinha isolada. Você não conseguirá vencer todos o problemas e dificuldades, e será quebrado. Agora, se você trabalhar junto com seus irmãos, vocês serão fortes e tudo poderão vencer."
A união faz a força. É preferível o bom, juntos, do que o ótimo, sozinho. Caminhando com a Comunidade, os resultados poderão ser mais lentos, mas serão mais seguros.
A semente cresce e torna-se uma grande árvore.
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