20 DE AGOSTO – DOIS MANDAMENTOS 2010-07-18
Evangelho - Mt 22,34-40
DOIS MANDAMENTOS= DUAS RELIGIÕES
Não é exato afirmar que os judeus no antigo testamento não conhecessem o mandamento do amor ao próximo. Ele se encontra descrito num livro central do Pentateuco, que é o livro do Levítico: “Amarás o teu próximo”.
Devemos acrescentar no entanto, que os judeus tinham do próximo, uma visão um tanto estreita, sendo o próximo para ele, o seu vizinho o seu conterrâneo, não indo o próximo para além da nação judaica.
Alguns chegavam mesmo a imaginar que os de fora, os pagãos fossem semelhantes aos cães, aos quais não se deve nenhum respeito.
Jesus afirma, neste Evangelho de hoje, que o mandamento vertical nosso com relação à Deus, se consuma com um outro mandamento que é horizontal.
Os dois mandamentos formam as duas traves da cruz cristã. Sem o mandamento divino o cristianismo se transformaria numa solidariedade humana, a religião apenas do segundo mandamento, uma espécie de sentimentalismo que nutriríamos uns pelos outros. É preciso que haja antes de tudo, o amor à Deus.
Mas também é preciso afirmar que apenas o amor à Deus sem o componente humano é absolutamente ilusório, e isto por um motivo simples: porque Deus exige e quer. Esta é a sua vontade: que nós nos amemos.
Portanto não existe outra maneira neste mundo para se amar à Deus, a não ser realizando prontamente a Sua vontade.
A Sua vontade é que eu não negligencie ninguém horizontalmente e não exclua quem que seja do meu amor.
Na verdade nós aceitamos plenamente a religião dos dois mandamentos, a religião vertical e a religião horizontal, nenhum de nós põe em dúvida a necessidade do amor ao próximo, o difícil é realmente amar o próximo, e o próximo não é o africano que está na África. Para nós brasileiros, não é o Chinês ou não é o Indiano, eles estão muito longe, o próximo é aquele que convive conosco, quem sabe dentro de uma mesma casa.
O próximo é aquele com o qual trabalhamos, ou aquele que nós fortuitamente encontramos num metrô, num ônibus ou numa fila de banco qualquer.
Num hospital, o próximo pode ser uma criança, um pobre ou uma pessoa necessitada, e para cada um destes concretamente, no dia a dia nós gostaríamos de ter uma posição cristã, uma opção cristã e um tratamento cristão.
É fácil aceitar este mandamento teoricamente, mas muito difícil e desafiador é vivê-lo diariamente, tratando cada pessoa concreta com aquele amor, carinho, respeito, cuidado com que nós mesmos gostaríamos de ser tratados. Estes ou aqueles que se esforçam diariamente para tanto se encontram mais perto do coração de Cristo.
TRANSCRIÇÃO DO PROGRAMA O PÃO NOSSO DE CADA DIA, EXIBIDO PELA REDE VIDA DE TELEVISÃO DIA 05/06/08.
Padre Fernando J. C. Cardoso
Arquidiocese de São Paulo
JESUS RESUMIU OS DEZ MANDAMENTOS EM APENAS DOIS
Amar a Deus sobre todas as coisas: De que modo nós amamos a Deus? Rezando lendo o evangelho, indo à missa aos domingos e dias santos de guarda, pensando nas três pessoas da Santíssima Trindade, ouvindo e divulgando a sua palavra, acreditando em Jesus... etc.
Amar as pessoas como a nós mesmo: De que modo nós amamos as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia na família, na escola e que são próximas a nós?
Respeitando, evitando uma briga, não roubando, não prejudicando, sorrindo, cumprimentando, perdoando, tolerando, ajudando, demonstrando interesse, compreendendo, falando bem, mostrando seus erros, corrigindo, não sendo falso, mas amigo de verdade, não fazendo fofoca, não estragando as coisas dos outros, não fazendo bagunça durante às aulas, não tendo inveja e não desejando o mal a ninguém, não fazendo brincadeiras de mal gosto, obedecendo os professores e os pais, tendo pena e ajudando: Os cegos, mendigos, paralíticos e outros deficientes etc , sendo honesto, dando esmola a um pobre, não mentindo, não sendo fingido, não caluniando, não guardando rancor, não tendo ódio, não sendo preguiçoso, não divulgando os defeitos dos outros, não ofendendo, não fazendo gozação, em fim, procurando acertar mais e errar menos, querendo para os outros exatamente o que desejamos para nós.
Cristão é aquele que vive o amor de Cristo e trabalha para construir um mundo melhor, combatendo as coisas erradas, por exemplo. O cristão cresce, ou se valoriza, como pessoa, quando ele se preocupa com o verdadeiro desenvolvimento dos outros. Quando procura viver como irmãos. E é esse amor fraterno que dá sentido a nossa vida e à vida das outras pessoas. Mas será que vivemos sempre esse amor fraterno? Será que no nosso dia-a-dia na família, na escola, no trabalho etc, nós nos esforçamos realmente para que este mundo seja melhor?
Somos pessoas, e por isso nos relacionamos uns com os outros. Este relacionamento acontece ou é feito de várias maneiras: numa festa de aniversário, num jogo de bola, numa brincadeira etc. tudo é manifestação de convivência . E conviver é viver com os outros, como amigos, isto é, demonstrando amizade sincera, Isto é, desejando e fazendo para os outros exatamente aquilo que desejamos para nós, tratando os demais como nós gostaríamos de ser tratados também por eles.
Todas leis que existem no mundo feitas pelo homem, são cópias (disfarçadas ou não) deste segundo mandamento, que nos manda amar o próximo . Mas como grande parte das pessoas ignora o primeiro mandamento ( amar a Deus), elas tentam distorcer as leis, fazendo-as funcionar em defesa apenas dos seus interesses pessoais. Por causa disso, a sociedade precisa de: cadeia, polícia, exércitos, usar a violência, processos, julgamentos, armas etc.
Quando na verdade, uma única coisa substituiria tudo isso e traria a felicidade às pessoas:
Amar a Deus e amar o próximo.
Reflexão - Mt 22, 34-40
Deus não admite o amor a si sem que este amor se torne gestos concretos de caridade. É por isso que hoje vemos no Evangelho que o primeiro e maior mandamento traz consigo um outro que é semelhante a ele. O primeiro exige de nós o amor a Deus e o segundo exige de nós o amor ao próximo. Jesus nos diz que desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. A partir daí podemos perceber porque São João nos diz na sua primeira epístola que quem ama não peca. Com isso, Jesus nos mostra que somente a plena vivência do amor nas suas duas dimensões, a Deus e aos próximo, pode conduzir verdadeiramente à santidade. (CNBB)
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