Comentários à PRIMEIRA LEITURA (– 16ªsemana
Sexta - 23 de julho - 16ª semana do Tempo Comum
Comentário à 1ª Leitura - Jeremias 3,14-17
Em torno de Jerusalém se reunirão todos os povos.
[Evangelho Aquele que ouve a palavra e a compreende, esse produz fruto. ateus 13,18-23]
Jeremias (ver introdução apresentada quarta dia 21) insiste, nesse contexto do cap. 3, na conversão do coração. Após a denúncia da perversidade e do pecado tanto do reino de Israel como de Judá, o oráculo do profeta lembra que a promessa do Senhor é sempre de misericórdia e restauração. O trecho da leitura de hoje aponta para o retorno do exílio e a unificação de Israel e de Judá em torno de Jerusalém. Esse será o prêmio para o outro “retorno”: aquele interior, dos corações, que se voltam novamente para o seu centro, para seu Deus. Em torno de Jerusalém restaurada se reunirão todas as nações. Esse ideal de unidade de todos, pessoas e povos, será o grande tema do cristianismo, no discurso de despedida de Jesus ou nas cartas paulinas.
O trecho do evangelho hoje é a explicação dada pelo próprio Mestre aos discípulos sobre a parábola do semeadura (lemos na 4ª.feira 21 de julho). Das 3 situações negativas, a primeira refere-se à perda da semente comida pelos pássaros à beira do caminho, a segunda ao terreno pedregoso onde a plantinha não aprofunda raíz e seca sob o calor e a terceira fala de espinhos que sufocam a vida que ia crescendo.
1- Não basta ouvir a Palavra mas compreendê-la. Fica perdido, como dizemos, o que entra por um ouvido e sai pelo outro. 2- Segunda situação: “não ter raiz” é desistir – em vez de insistir sem desanimar – diante das dificuldades e sofrimentos da vida. 3- Finalmente, a frágil plantinha semeada na fé, crescida na esperança, destinada a dar frutos de amor, pode ser sufocada por certas preocupações ou preferências. O terceiro prejuízo ocorre quando a Palavra não é mais forte do que as preocupações do “mundo” (o uso bíblico desse termo indica em geral o que se opõe ao Reino de Deus). Ou quando a Palavra não é mais valorizada do que a “riqueza” (outro conceito bíblico usado para indicar o inverso de justiça, solidariedade e, sobretudo, falta de confiança na presença constante do Pai que, mesmo sem vermos, olha por nós).
A conversão pedida pelo profeta Jeremias com a esperança de restauração do “Reino” depende de nosso “compreender” intimamente a Palavra. Não basta ler a bíblia ou freqüentar a igreja. Entre outras conclusões, é bom lembrar que nem mesmo a religião nos ajuda em nada, se não fizermos a experiência da oração, e, como recomendou o Mestre “fechando a porta do quarto” para, em segredo, pedindo ao Pai que sua Palavra – seu Verbo, seu Espírito – nos transforme.
( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )
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