Julho (dia 27-terça) 2010 - Fernando

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Julho (dia 27-terça) 2010 Comentário à 1ªLEITURA

(17ªsemana T.Comum-26a31 julho ( http://liturgiadiariacomentada.blogspot.com/ )

Jeremias 14,17-22 Lembra-te, não quebres a tua aliança conosco.

[Evangelho Como o joio é queimado ao fogo,assim acontecerá no fim dos tempos.Mateus 13,36-43 ]

Neste trecho de Jeremias encontramos um pedido de perdão e misericórdia. O contexto do cap,14 é a calamidade de uma grande seca no país o que, sobretudo naqueles tempos em que tudo dependia da colheita agrícola, provocava fome e morte. Os oráculos do profeta pedem socorro também contra a invasão de povos inimigos. Como é próprio de Jeremias, aos pecados do povo, opõe-se a magestade divina. Deus é Deus e Jeremias mostra-o em contraste com a impiedade humana (v.20). Essa lamentação ou súplica se conclui na invocação da soberania divina (v.22).

Esse respeito profundo pelo Sagrado, muito patente em Jeremias, traduz-se nas parábolas do Reino em Mateus pela referência dessas metáforas ou comparações da vida de cada dia ao Reinado de Deus que no futuro manifestará todo seu domínio sobre o mundo criado. O Reino de Deus é obra dele, sua doação e entrega ao Homem. Mas pede a sua colaboração para acontecer entre nós. Longe das multidões o Mestre retoma a orientação aos discípulos, na amizade e na paciência, explicando a parábola do joio e do trigo (nós a lemos no evangelho de sábado último).

O texto (que pode ter sido construído no bojo da reflexão da igreja primitiva, ou da meditação do evangelista Mateus ou do próprio Jesus) termina frisando um cenário futuro de “juízo final” no fim dos tempos. Ele se apresenta em contraste com o presente – que é o tempo da tolerância, da conversão e da mudança de vida. Como os oráculos de Jeremias, o objetivo da mensagem é o de nos alertar para a parte que nos cabe nesse campo de semeadura e crescimento. O Reinado de Deus já veio e, embora no futuro venha a se manifestar em todo esplendor e glória, o que é urgente para nos é a consciência de que “o campo semeado é o mundo”. É aqui, onde vivemos. Nossos olhos (enquanto discípulos) não contemplam o castigo (afinal ele diz respeito aos fabricantes do mal) mas nossos olhos estão voltados para a certeza de que brilharemos como o sol (verso 43) junto do Pai. A frase é semelhante a um provérbio entre nós: para bom entendedor ... meia palavra basta !!

( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )