Julho (dia 31-sábado) 2010 Comentário à 1ªLEITURA
(17ªsemana T.Comum-26a31 julho ( http://liturgiadiariacomentada.blogspot.com/ )
Jeremias 26,11-16.24 Na verdade o Senhor enviou-me para falar tudo isso a vossos ouvidos.
Na continuação do cap.26 cujo início foi a leitura do dia anterior, Jeremias acuado e acusado termina por convencer com sua palavra de que o resultado de seu julgamento seria a condençao de um inocente. “O Senhor enviou-me para falar a vosso ouvidos”. A profecia é mensagem dirigida aos que são sensíveis à conversão, isto é, a uma mudança de vida ao reconhecer os caminhos trocados. O pretexto apresentado pelos que pediam a morte de Jeremias era de que ele falava contra o santuário e a cidade supostamente propriedade do Senhor. Muitas vezes talvez nós mesmos nos escandalizamos com palavras sob o pretexto de que elas criticam a Religião. E fechamos os ouvidos aos apelos de mudança de rumo para nossa própria vida que não era conduzida pelos caminhos do Senhor.
Como os oráculos e profecias nos tempos do Profetismo, temos hoje: livros, pregações (e pregadores), teologias (e teólogos), celebrações, liturgias, retiros, encontros, movimentos e tendências dentro das comunidades cristãs. Todo mundo se apresenta como representante do Senhor. Um dos critérios para julgar a autenticidade desses “oráculos” é sem dúvida perceber se nos ajuda à conversão de vida. Assim poderemos dizer, quem sabe, como no verso 16: ele (ela, esse livro, esse movimento, essa proposta) não merece condenação (pois falou-nos em nome do Senhor). Ou seja: tocou nosso coração de tal modo que nos conduz à “conversão” (quer dizer: a abrir os ouvidos ao Espírito pois só Ele nos leva a fazer o Bem (amar). Há poucos dias meditávamos (1ª.carta de João): quem não ama não conhece a Deus pois Deus é amor.
Sem buscar esse discernimento muita gente se diz escandalizada e condena os “outros” (grupos, movimentos, textos, etc.). Nem tudo que parece corromper nossos “santuários” e nossos costumes e hábitos (como ocorreu no julgamento a que Jeremias foi submetido) merece condenação. Pode ser que, ao contrário, até nos fale a nossos ouvidos “em nome do Senhor” (verso 16).
Desejemos também que os autênticos “profetas” encontrem amigos que lhes possam dar proteção (cf. verso 24). Entretanto, como aconteceu com o Batista (cf.evangelho de hoje), o profeta pode ficar sem proteção contra os assassinos.
O primo de Jesus, afinal, acabou preso pelos inimigos que o mataram, tanto por causa do ódio que tinham (não gostavam de ouvir João criticando Herodes por ter tomado para sua concubina a esposa do próprio irmão - Felipe) como por causa de decisão baseada em motivos fúteis (nesse caso, para agradar à sua amante - Herodíades)...
( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )
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