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29 de fev. de 2012

“A transfigura-se como Jesus” – Claudinei M. Oliveira




Domingo, 04 de março de 2012
EvangelhoMc 9, 2-10

            Neste domingo santo celebramos a Transfiguração de Jesus e ao mesmo tempo nos convida a ouvirmos atentamente sua palavra para alcançarmos o perdão dos pecados para que um dia possamos  gozar da eterna morada no céu.
            A  Santa Palavra nos reveste de amor e da fé na contrição com Deus. Ela nos fortalece na caminhada e nos ajuda a compreender melhor  as atitudes destrutivas da sociedade. O caminho a ser seguido requer uma dedicação especial, um exemplo a ser plenificado, ou seja, uma vida a ser construída na mais bela e pura infinitude do amor do Pai.
            Mas quando as ações se voltem para a morte  nas práticas maléficas do encardido nosso caminho distancia do amor perfeito que Deus tem por nós. Não temos como agradar a dois senhores, temos que agradar somente um Senhor que nos cumula de todo o bem.  Tanto que nesta quaresma sofremos as dores de Seu Filho afim de que possamos livrar dos males que atormentam com novos projetos miraculosos.
            A transfiguração de Jesus no alto do monte  nos revela a aliança do Senhor com os povo antigo. Houve nas montanhas, como no Monte Sinai, grandes revelações de Deus. O Senhor preocupado com os  filhos em aflitos não os deixavam na solidão. Para motivá-los no projeto da unidade de um povo que preservasse as doutrinas o Senhor sempre buscava estar presente em todos os momentos. Tanto que para provar a fé e o caminhar do Pai Abraão aceitou sacrificar o seu próprio filho, não pensou duas vezes, afirmou que ali estava para cumprir suas ordens e foi então imolar seu filho Isaac, mas o anjo com a mão poderosa do Senhor não Deixou. Este mesmo Senhor que esteve presente na vida e nas orações do povo antigo continua na extensão de seu Filho Jesus. Por isso que neste contexto, com Jesus, Pedro, Tiago e João, a transfiguração releva a vitória de Deus sobre todos os projetos de morte na continuidade da vida plena.
            Mas quais eram os projetos de morte? Estes por sua vez foram construídos pelos homens que orgulhavam das práticas da injustiça. Os homens das cidades grande procuravam prevalecer seus poderes e luxúrias nas costas dos miseráveis que nada poderiam fazer. Açoitavam com voracidade na intenção da cega obediência  no intuito de abstrair os míseros parcos recursos alheios. Também criavam leis tendenciosas para privilegiar seus interesses, enquanto o povo morria na miséria e de fome. Isto sim era o projeto de morte.
            Claro que Jesus não assentia a estes  projetos. Claro que Jesus tinha uma proposta de vida e de equidade! Claro que Jesus sofria com a aflição do povo! Claro que Jesus denunciava todas as mazelas  e orientava seu povo.
            No entanto, transfigurar é mudar  de atitude, mudar de vida, mudar para melhor. Tanto que os discípulos ficaram assustados com a mudança da veste de Jesus: “sua roupa ficou tão branca como nenhuma lavandeira sobre a terra poderia alvejar”. Este foi o sinal para os discípulos perceberem o quanto o Filho do Homem estava lutando para mudar de vida o vosso povo. Mas  viram  os profetas do passado na cena, estavam Elias e  Moisés representando o seguimento do povo na busca do Messias. Mais uma vez coloca aos discípulos o compromisso com o trabalho missionário de denunciar e que não haja ruptura da caminhada do Pai. Assim, o Reino de Deus entrou definitivamente na história para sua realização.
            Os discípulos ficaram maravilhados com a cena e chegou pediu para que se construíssem tendas e ali  vivessem eternamente na mais fraternal alegria.Eles queriam apossar de Jesus com os profetas, isolarem-se do mundo ativo e pernicioso. Mas,  numa nuvem escura resplandecendo dos céus sai uma voz dizendo: “este é meu Filho Amado. Escutai o que Ele diz!”. Os discípulos ainda não tinham entendido o mistério do Mestre. Pois mesmo convivendo diuturnamente ainda não entenderam a significância do projeto disseminado por Jesus. Faltava algo para eles que pudessem entender o trabalho. Tanto que Jesus afirma:“não contem a ninguém o que tinha visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos”.
            Quanto tempo já passou e ainda muitos de nós não entendemos a mensagem do Santo Evangelho. Ensurdecessemos e calamos diante de tantas injustiças. Não consigamos mudar de atitude e nem de vida. Veja que transfigurar exige mudança por completo. Transfigurar é deixar de sermos egoístas, maldosos, violentos, banais e descompromissados. Tantas coisas para serem feitas a favor da vida e do próximo,  dar novas ordens para o problema ou novo tratamento, mas não conseguimos enxergar nada.  Alias, enxergamos fantasma, coisas sem sentidos, destruição de vidas e desarranjo nas famílias. Isto nós conseguimos enxergar bem.   
            A conversão quaresmal pode nos ajudar a mudar de vida. Tempo de fazermos introspecção das nossas atitudes e encontrar a raiz do problema. Assim, na coragem e na raça de querermos mudar de vida para melhor, arrancaremos do nosso seio toda a maldade que impede de crescermos no amor fraterno entre os irmãos.
            Para tanto é preciso  observar a sociedade e delinear medidas concretas. São muitas ações que não saem do papel, listam  ações singulares no capricho para salvaguardar todos, mas são mediadas passivas, não dão vivacidades para as mesmas.  Neste caso estamos imitando os discípulos: não compreenderam os sinais do Mestre.
            O papel fundamental de cada cristão se revela na ajuda da transfiguração  de muitos que foram despojados de sua dignidade. São muitos filhos de Deus que não conseguem caminhar com suas próprias pernas. São pessoas arrebentadas pelo poder opressor que arrancou todo aquilo que poderia fortalecer numa nova aurora: a esperança. Cabe a todos sedentos por justiça arregaçar as mangas e colocar a serviço do bem gratuitamente.
            Portanto,   queremos  a vitória sobre a morte e a mesma possa ser efetuada na mudança de atitudes, pois como diz  na Carta de São Paulo: “se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Basta unirmos na comunhão do amor verdadeiro do Pai, na esperança de que nossas vestes mudarão na mais harmonia com o projeto de Jesus.  Não acomodamos em nossas tendas palacianas, tomando para si o Deus presente, mas abrimos as portas de nossas casas para tantos marginalizados que foram excluídos pela nossa própria avareza.  Aprendamos com a TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS.  Louvados seja nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado. Amém.
            Transfigure-se como Jesus, abraços e  um bom domingo. Claudinei M. Oliveira.

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