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8 de fev. de 2012

“Jesus devolve às pessoas a liberdade de ouvir e falar” – Claudinei M. Oliveira




Sexta - feira, 10 de fevereiro de 2012
EvangelhoMc  7,31-37
            Jesus sai da região de Tiro e vai para outra região pagã da Decápole. Ele continua fugindo dos atrevidos doutores da Lei e dos sacerdotes judeus para evitar o fato consumado de sua morte antes de levar a libertação completa para os oprimidos. Jesus anuncia um Reino sem amordaças e sem trevas, no qual os filhos do Pai Celestial pudessem viver a glória prometida da paz e da justiça.
            Para o jovem Mestre de Nazaré toda e qualquer região onde tenha homens e mulheres sofrendo é lugar para levar a palavra de renovação. Não importa se crer na sua doutrina ou se ainda não conhece o Enviado. Para Jesus, basta acreditar na proposta do projeto de vida que tudo pode acontecer de bom grado.
            Ao curar a surdez e a pouca fala do homem Jesus enaltece a capacidade do homem  pagão de ouvir e  falar tudo que estava acontecendo. Não pode, o homem, viver numa sociedade sem poder expressar os sentimentos, sem cobrar seus direitos, sem colocar seu ponto de vista. Não pode calar-se diante de tantas maldades, ou seja, não pode consentir silenciosamente as perseguições e os descasos sociais. Jesus mesmo abre a boca do homem para falar tudo que estava engasgado.
            O profetismo verdadeiro é aquele que não tem medo de falar. Ele posiciona seu ponto de vista e rasga o verbo, doa quem doer. A verdade deve ser dita, mesmo se custar a própria vida. Quantos profetas de nossa época  tombaram diante da verdade. Não acovardaram. Tiveram firmeza para denunciar, pois falavam contra o poder operante.
            Porém, não pode permanecer na surdez. Não pode fazer de conta que não escuta o clamor do povo de Deus. Não pode passar diante das injustiças e não  ouvir o estampido dos males destruindo vidas. O profeta é aquele que ouve o bramido do povo e leva soluções, caso não tenha, senta com o povo chicoteado e planeja metas juntos.
            Caros leitores, povo escolhido por Deus, a cura que celebramos hoje não termina na enfermidade física do corpo. A doença física são os males que pedem para nos voltar com atenção no dia-a-dia. A doença física pede-nos introspecção, mais cuidado com a alimentação e com o corpo. A doença física nos pede a reconciliação e nos pede um tempo. A cura pode chegar com o pedido a Deus com fé, mas tem enfermidade que somente o médico pode nos curar. (ver Eclo 38, 1-15). Deus deu o dom  e o discernimento ao homem para cuidar um do outro. Entretanto, devemos celebrar hoje a cura da mordaça, da surdez  e a cura da liberdade o homem de prosseguir novo Reino de equidade.  Fazer como Jesus fez, sair ao encontro dos infelizes e realizar grandes obras para o crescimento cristão. Devemos sair ao encontro dos abandonados, marginalizados  para renovar  a esperança de dias melhores e felizes. Devemos abraçar com carinho a presença do Cristo para encaminhar a felicidade na justiça fraterna.
            Na vida tudo passa com velocidade exorbitante. Daqui uns dias já envelhecemos. Neste momento de graça por percorrer tanto tempo, ao examinar a caderneta  de ações, verificaremos quantas atitudes acertadas para os humildes fizemos: falamos e denunciamos as injustiças ou calamos; ouvimos  atentamente o chamado do Santo Evangelho e fizemos valer o chamado, ou acovardamos diante do serviço. Somente você e eu poderemos, daqui a algum tempo, provar o que fizemos. Amém!
Felicidades, Claudinei M. Oliveira.

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