A mão do Senhor estava com ele.
Este Evangelho narra o nascimento de João Batista e a imposição do seu nome.
João significa em hebraico “favor de Deus”. Na mentalidade hebraica, o nome significa a missão de uma pessoa. João foi o último dos profetas do Antigo Testamento e na sua pessoa veio resumir-se a série ininterrupta de favores de Deus ao povo eleito, orientando-o para o Messias. João teve o privilégio de ser o último precursor imediato do Messias, inclusive entrou em contato pessoal com ele.
O nome de sua mãe, Isabel, significa “Deus jurou”, isto é, ele cumpre fielmente as suas promessas. O nome de seu pai, Zacarias, significa “Deus pôs-se de acordo”. Os três protagonistas do Evangelho de hoje constituem uma família de vocacionados, o que aliás todas as famílias são, cada uma para a sua missão específica. Esta teve a missão de criar um filho para ser profeta.
A mão do Senhor estava com João Batista, para protegê-lo sempre e para que ele crescesse e se desenvolvesse na direção do plano de Deus para o qual ele foi criado. Sua missão era muito importante: preparar o caminho para Jesus . Ele devia ser “uma voz que clama no deserto” (Lc 3,4).
João colaborou com a graça de Deus: foi para o deserto, fez penitência, anunciou a justiça e denunciou a injustiça. Foi corajoso, e por isso morreu mártir.
Também nós temos uma missão na terra, que é só nossa, como João Batista. Ele é um exemplo para nós. Na crisma, nós nos tornamos profetas de Cristo e membros ativos da sua Igreja. A mão do Senhor está conosco, como esteve com João Batista.
“A Boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus.” O primeiro gesto profético de João Batista foi, logo que nasceu, abrir a boca de seu pai Zacarias. O profeta abre os nossos ouvidos para ouvirmos os recados que Deus tem para nós e para o povo, abre os nossos olhos para vermos o mundo que nos rodeia com os olhos de Deus, e abre a nossa boca para dizer o que está certo (anunciar) e o que está errado (denunciar). Não é fácil fazer isso, mas a mão do Senhor está conosco.
O Novo Testamento começa com dois fatos humanamente impossíveis, e que por isso exigiram muita fé: uma senhora idosa dá à luz, e uma jovem fica grávida sem relação com um homem. O plano de Deus ultrapassa a nossa natureza, pois foi Ele que a criou. Mas isso exige de nós muita fé.
Antífona do Ó: “Ó Emanuel: Deus-conosco, nosso Rei Legislador, Esperança das nações e dos povos Salvador: Vinde enfim para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!”
Certa vez, uma senhora foi assistir a uma peça teatral, e ao chegar em casa constatou que havia perdido um de seus brincos de brilhantes. Além do grande valor material dá jóia, havia também um valor sentimental, por tratar-se de herança de sua mãe.
Bastante aflita, telefonou para o gerente do teatro, perguntando se haviam encontrado a jóia durante a limpeza do salão. O gerente pediu-lhe que aguardasse na linha enquanto iria perguntar ao responsável pela limpeza do local. Ao encontrar o responsável, soube que a jóia havia sido achada e guardada em um lugar seguro.
O gerente retornou ao telefone para dar a excelente notícia à senhora, mas, ela já havia desligado. Sem saber o nome da dona do brinco, aguardou que tornasse a ligar e até colocou um anúncio em um jornal, mas nunca mais teve qualquer notícia dela.
Aquela senhora era impaciente. Por causa de alguns minutos de espera, acabou perdendo a sua jóia preciosa. Muitos de nós agimos com Deus do mesmo jeito. Pedimos e já queremos logo a resposta. Deus atende, mas na hora certa e do jeito certo, os quais ultrapassam o nosso conhecimento.
A pressa é própria dos seres mortais. Como Deus não morre, ele não tem pressa. Nós também precisamos ter paciência diante dele, o que faltou para Zacarias, que pediu durante muito tempo a graça de ter um filho, e depois desanimou.
Que Maria Santíssima, a Rainha dos Profetas, e S. João Batista e seus pais, nos ajudem a ser também bons profetas e boas profetizas do Senhor, e a cumprir cada um de nós a nossa vocação específica.
A mão do Senhor estava com ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário