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13 de dez. de 2011

“Jesus purifica o leproso marginalizado” – Claudinei M. Oliveira

 

Quinta – feira, 12 de Janeiro de 2012

Evangelho:  Mc 1, 40-45

 

O evangelista Marcos não descreve o lugar onde o leproso encontra com Jesus, mas  fica cheio de ira quando um homem  de joelhos pede a cura da lepra: "se queres, tu tens o poder de me purificar". Jesus contradiz a lógica da sociedade e toca no homem doente e liberta das feridas. Como pode ficar furioso com o pedido da cura e ainda tocá-lo? Diante da leitura do versículo 40 do capítulo um,  pode assustar o leitor. Ademais, Jesus sempre é descrito como libertador e amigo dos marginalizados, jamais um perverso que escandaliza os pobres excluídos.

 

            Entretanto, um leproso na época de Jesus não tinha o direito de viver nos centros urbanos. Era excluído da sociedade. Vivia isolado, distante das pessoas com intuito de preservá-las sadias. Diante da situação do enfermo era impedido participar dos atos religiosos, pois se alguém o tocasse, ficaria impuro. 

 

            O nervosismo de Jesus foi com a sociedade injusta e discriminadora. Como pode uma sociedade que preza os ensinamentos de Moisés, ter bons sacerdotes oradores nos templos, rejeitar  membros doentes? Uma sociedade que preza a doutrina do Evangelho deve observar a unidade e o apoio da todos com equidade. Trazer o enfermo para si e dar suporte necessário para libertar do mal. Somente com ajuda e o comprometimento  social que muitos males devem deixar de incomodar o bom convívio mútuo.

 

            Mais uma vez Jesus mostra com tenacidade o projeto de vida, pois, a vida deve estar acima de qualquer privilegio. A vida feliz se concretiza na participação e no acompanhamento social. Como pode alguém ser feliz excluído do meio social? Como pode julgar uma sociedade harmoniosa  quando seus membros são deixados a mercê da sociedade, largado a própria sorte? Como pode visualizar transformações relevantes numa sociedade maléficas  que mata aos poucos seus integrantes?  Assim, entende-se a ira de Jesus, não com o leproso, mas com os dirigentes e com os sacerdotes.

 

            Ao mandar o homem curado do enfermo embora e se possível ir ao templo dar testemunho da cura para contradizer os sacerdotes, Jesus não quer interpretação falsa da sua atitude e nem ficar popular diante da sociedade. Mas expressar aos poderosos da cidade que nada poderá impedir que a felicidade se complete na pessoa. Todos têm o direito de ser feliz e ter saúde.

 

            A felicidade do homem curado foi tamanha que não cumpriu o que Jesus pediu de não revelar a cura. Mesmos assim a multidão acentuou em torno de Jesus. Ele foi morar distante da cidade no meio do povo marginalizado para dar testemunho da sua vinda. 

 

            A lepra no Evangelho representa a podridão da sociedade injusta. O cuidado com o povo não estava sendo realizado, deixando muitos cidadãos morrendo a míngua. Neste caso,  a dignidade reservada ao povo como direito não está sendo assegurada, deixando a desejar a prática acionária de atender as necessidades prioritárias do povo. O exemplo de Jesus de curar o enfermo foi uma dica para os administradores da sociedade: primeiramente acomodar os cidadãos com excelência e depois realizar projetos com intuito de crescimento social.

 

            Portanto, há muita coisa a se fazer para os marginalizados. Eles são pessoas que merecem toda atenção e cuidado. Se alguém tem o poder e a chance de acelerar a saída da marginalidade as pessoas isoladas dos recursos disponíveis, não deve perder tempo, quanto antes ajudar os irmãos necessitados, mais rápidos sua tarefa está sendo cumprida. O que não pode é deixar irmãos morrerem por falta de cuidado ou por arrogância própria.   Sejamos um libertador do mal. Amém.

 

Felicidades. Claudinei M. Oliveira.

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