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13 de dez. de 2011

“Levi levanta-se e segue Jesus.” – Claudinei M. Oliveira


Sábado, 14 de Janeiro de 2012

Evangelho:  Mc 2,  13-17

 

            Sabiamente o evangelista Marcos mostra para sua comunidade a unidade certeira daquele que segue Jesus. Ele é o espelho a ser seguido, pois sua prática não excluía ninguém. Pregava e ensinava o povo a viver de modo pacífico, ordeiro e acolhedor. Jesus não desfazia de seus irmãos porque sabia da missão que tinha assumido quando seu Pai O enviou. Contudo, por onde passava reunia o povo para um diálogo de fé e esclarecimento.

 

            Os doutores da Lei não suportavam a simpatia de Jesus com os excluídos. Faziam comentários chulos  para denegrir a pessoa do Homem honesto e acolhedor. Não perdiam tempo para ascender a ira do povo. Mas tudo saia ao contrário: o povo adorava estar com Jesus. Sentia-se bem e aprendia muitas coisas boas.

 

            Os doutores da Lei não tinham simpatia com Jesus porque seus privilégios eram alvos de críticas. Para controlar a cultura popular a seu favor  mostravam-se acima de todos com poderes divinizados. Somente eles, fariseus doutores e detentores do poder, eram os escolhidos para gerenciar a sociedade. Já o povo era pobre e sem instrução para o comando social. Deveria aceitar prazerosamente as determinações impostas.

 

            Para deixar os doutores da Lei enraivecidos, não por gosto, mas pela prática, Jesus convida um cobrador de imposto. Seu nome era Levi. Estava trabalhando na coletaria a serviço dos poderosos. Um publicano não era bem visto, pois retirava aos poucos as reservas da classe menos favorecida. Levi aceita imediatamente o chamado e passa a conviver com Jesus.

 

            Entretanto, Jesus quebra as regras mais uma vez ao entrar na casa de um rejeitado  e miserável. Para mostrar sua compaixão e apreço pela missão Jesus põe-se a mesa e faz a refeição envolta dos marginalizados cobradores de imposto, na casa de Levi,  e pessoas abandonadas pelo poder. Os homens sabidos repudiaram Jesus pela atitude e chegaram a falar com os discípulos:  por que Jesus come e bebe junto com cobradores de impostos e pecadores? No ponto de vista e pela Lei que seguiam os fariseus  isto não poderia acontecer, pois ficaria impuro como eles. Os fariseus doutores  esquivavam-se desta atitude e condenavam Jesus. Todavia, a resposta de Jesus foi magnífica: as pessoas que têm saúde não precisam de médicos, mas só as que estão doentes. Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores. Jesus mostrou  que era um verdadeiro pastor que zelava pelas  ovelhas com carinhos.

 

            Jesus também mostrou para a sociedade que as Leis criadas pelos homens são hipócritas, pois não leva o homem a salvação, leva sim a destruição e a avareza da humanidade. O gesto concreto vale mais do que regras e normas abstratas, assim os gestos aproximam o homem da marginalidade e ensina-o a ser solidário; enquanto que as normas abstratas impõem a divisão e o distanciamento do homem, isolando-o do convívio social.

 

            Este Evangelho de Marcos nos trás lições de modo de agir. Vivemos numa sociedade sob tensões e leis para serem cumpridas. Mas o que sentimos é a rejeição pelos pobres. Para estes ficam as sobras: educação sem criticidade e sem desempenho funcional, saúde com péssimo atendimento com pacientes abandonados nos corredores da morte, segurança  que não funciona deixando o povo vulnerável  a própria sorte, lazer que na existe a não ser  nas rodas de funk, bares; habitação sem conforto, às vezes, lugarejo para pernoitar por uns dias ou para sempre, estradas comprometidas para a trafegabilidade e assim por diante. As sobras são dadas para acalentar por uns tempos e mantê-los no comando da nação.

 

             Temos o dever de denunciar todas estas e outras truculências sociais. A sociedade deve atender a todos com o mesmo privilegio. Sentar à mesma mesa, fazer a mesma refeição e caminhar na mesma estrada. Quando isto estiver acontecendo é sinal de que a proposta de Jesus não foi em vão. Ela tem seu valor que fundamenta na harmonia coletiva voltada para os filhos de Deus. Amém.

 

Felicidades. Claudinei M. Oliveira.

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