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11 de dez. de 2011

"Sagrada Família..." Diac. José da Cruz


30 de dezembro - Sexta Feira

Evangelho Lucas 2, 22-40


 

Família não é um agrupamento de pessoas que moram sob um mesmo teto, mas sim de pessoas que tem uma comunhão de vida dentro de uma co-responsabilidade, partilha e fraternidade. Infelizmente em nossos dias o que prevalece é o individualismo, cada membro da família tem sua vida, seus interesses, suas amizades e preferências de modo que em uma mesma família podemos ter pessoas de diferentes credos, culturas ou ideologias. O pai e a mãe deixam de ser educadores e formadores dos filhos, e a pós-modernidades é que dita as normas e ensina como viver, e que valores são importantes.

Como se não bastasse isso, o estado quer reinventar um novo conceito de Família, saindo do modelo Divino (um homem, a mulher e os Filhos) para uma caricatura da Pós modernidade( dois homens ou duas mulheres, e ainda dizem que é por amor)

Maria e José não eram figuras decorativas na vida de Jesus, mas exerceram com seriedade, empenho e santidade a missão que lhes fora confiada por Deus: a de serem educadores e catequistas do seu Filho.

A formação do caráter e da personalidade da pessoa exige um equilíbrio, é preciso ter um pai e uma mãe, que sejam testemunhos de amor e exemplo de vida para os filhos, pois nossa primeira igreja é a família.

Nessa pequena comunidade aprende-se o sentido da vida a partir de uma vivência pautada pelo amor e o respeito ao outro, e assim a família é como um pequeno riacho de águas puras e cristalinas que nos leva ao rio maior que é a comunidade, que por sua vez nos leva ao infinito da plenitude em Deus.

José e Maria, apesar de terem uma missão tão especial e grandiosa, de serem os educadores do Filho de Deus, não se fecharam em seu privilégio, mas abriram-se á comunidade à qual levaram a criança, quando se completaram os dias da purificação da mãe, para ser apresentado no templo e assim consagrar a Deus. Nossos filhos não são nossos, mas pertencem a Deus e devem descobrir o sentido da vida a partir da sua vocação para viver o amor. Essa descoberta começa na família e depois se torna madura na vida em comunidade, pois é na igreja que descobrimos e entendemos nossa vocação de servir.

A lei dizia que "todo primogênito do sexo masculino, deveria ser consagrado ao Senhor" mas Maria e José não estão ali simplesmente para cumprirem uma lei, mas é que a fé que tem em Deus, fazem eles perceberem que aquele filho não lhe pertence, mas é uma dádiva para toda humanidade. Um dia aquele menino irá crescer, e na graça de Deus irá se descobrir como um ungido do senhor, nada poderá detê-lo em sua missão, a vocação do amor que quer servir extrapola a vida familiar. José e Maria sabem disso e por isso oferecem um sacrifício, um par de rolas ou dois pombinhos, como ordenava a lei do Senhor.

Os filhos representam tanto para nós, e talvez tão pouco para transformarem o mundo, assumindo a vocação do amor. Muitas vezes desejamos que os filhos sejam grandes e importantes para si mesmos, entretanto, eles são a nossa maior contribuição para ajudar a melhorar o mundo e a sociedade. Maria e José não querem de maneira egoísta "guardar" o menino só para si, mas o consagra a Deus que irá dá-lo para os homens.

Maria é a fonte transbordante, plena de graça divina, José é o homem justo, sábio e forte, porque lê os acontecimentos da vida com os olhos da fé... O menino tem por quem "puxar"... Toda família torna-se sagrada quando as pessoas que dela fazem parte sabem reconhecer na missão do outro o agir de Deus.

 

"O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria e da graça de Deus." Lc.2,40

 

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