Sexta - feira, 30 de Dezembro
Evangelho: Lc 2, 36-40
O evangelista Lucas apresenta para sua comunidade os "pobres de Javé", isto é, Lucas apresenta Simeão e Ana como reconhecimento dos profetas àquele que nasceu Messias, com objetivo de libertar o povo da escravidão e das injustiças. Os profetas, que tanto esperavam o Enviado do Senhor para cumprir a aliança com o povo antigo, agora poderiam partir para a gloria do Senhor, pois alcançaram em vida o mistério do Filho do Homem.
A proposta de Lucas foi enaltecer o compromisso de sua comunidade para com o projeto de vida de Jesus. Jesus não veio ao mundo por interesse do Senhor para provar seu poder, mas para garantir aos pobres e oprimidos saídas para vida melhor. Porém, a prática de Jesus não estava somente em oração nos templos, estava na tomada de atitude em conversão para o perdão e atitude de mudança de mentalidade. Para provar a sua comunidade a serenidade dos fatos, exemplifica o Evangelho com a presença de Simeão e da viúva Ana. São profetas que esperaram em vida a presença da libertação, não somente do povo de Israel, mas do povo de toda face da terra. Eles acreditaram fielmente que um dia reinaria na terra um Homem vigoroso que não tivesse medo de enfrentar os maldosos que corriam o povo sofrido.
Simeão fala claramente para os pais de Jesus que o menino seria a luz para iluminar o caminho da humanidade com a proposta da liberdade. Assim, novos rumos norteariam para o povo escolhido de Deus. O caminho a ser trilhado seria a justiça, o entendimento, a concórdia, a fraternidade e a felicidade. Este era o caminho correto. Entretanto, muitos por capricho dos bens materiais não teriam a coragem de seguir o Filho do Homem, prefeririam continuar no caminho da morte e da injustiça. Porém, a tristeza estaria naqueles que não tivessem forças para caminhar sozinhos e precisassem do auxilio dos poderosos. Neste caso, suas vitalidades seriam consumidas para controlá-los ainda mais.
Contudo, este Jesus apresentado ao Templo como exigia a Lei Sagrada para a purificação será sinal de contradição. Este menino crescerá com toda vitalidade no seio de uma família que tinha muito amor para oferecer. Tanto que Maria e José tiveram que fugir muitas vezes para não entregar o filho para a autoridade e, para proteger a criança, desbravaram montanhas, montes e rios e não há nenhum registro de desânimo. Eles abraçaram a causa da libertação e fizeram tudo que estivesse ao seu alcance. Depois de crescido e preparado para o mundo, Jesus levou a mensagem que muitos queriam ouvir, a mensagem da esperança; mas muitos rejeitaram a mensagem de Jesus por não concordar com a prática da justiça que era exigida.
Convém salientar que Lucas apresenta a profetiza Ana como ponto de partida para a evangelização. A mulher, muitas vezes rejeitada no meio eclesial, foi de importância relevante na formação do povo de Deus e construção da igreja evangelizadora. Veja que tudo começou com Maria ao aceitar ser a mãe do Salvador. Ana que permanecia no templo esperando a libertação das injustiças foi a marca da mulher guerreira por não arredar do espaço sagrado. E as mulheres que primeiramente anunciaram a ressurreição de Jesus. Portanto, o Reino de Deus está para ser moldado com o Espírito Santo da vida e da paz, devemos encorajar como estes profetas que acreditaram através da fé e alcançaram em vida a libertação. Façamos com amor a construção do Reino da Paz. Amém!
Feliz Ano Novo. Viva e seja feliz. Claudinei M. Oliveira.
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