Mt 7, 1-5
O julgamento é uma atitude muito séria. É necessário ser plenamente consciente da importância da vida para agir como um juiz. Deus julga no amor. Será que nós não nos tornamos juízes da lei rigorosa e estrita?
A sociedade de hoje, infelizmente, é guiada por uma moral de atos, não mais de atitudes. Uma pessoa pode fazer o bem a vida toda, exercendo papéis fundamentais para a promoção da vida, fazer gestos grandiosos, mas se essa mesma pessoa cometer um pequeno erro, um breve deslize em sua vida, os juízes de prontidão, os julgadores sem misericórdia serão os primeiros a mandá-la para a forca ou para a fogueira.
Um grande exemplo da aplicação da moral impiedosa de atos diz respeito ao rabino judeu Henry Sobel. O rabino, em 2007, foi acusado de roubar quatro gravatas em Palm Beach, Flórida (EUA). Mas é claro que não faltaram juízes honestos e puros no mundo todo que atacassem a dignidade humana do rabino. Todos se esqueceram de que Henry Sobel lutou pelos direitos humanos na época da ditadura militar deste país. Toda a sua vida se resumiu num momento de fraqueza inexplicável.
Nós, cristãos, devemos seguir os ensinamentos preciosos de Cristo: não sejamos juízes carrascos de nossos irmãos, porque a nossa imperfeição não pode se esconder de ninguém. A mesma medida que usarmos será usada contra nós. Deus é amor, e o amor não aceita injustiças.
Que lindo seria se o nosso mundo fosse guiado por uma moral de atitudes, em que as boas obras e a dignidade da pessoa fossem a única prova de seu amor pela humanidade! Jesus é o grande exemplo: soube perdoar a pecadora, acolher o excluído e comer com os indignos. Não quis olhar para as limitações dessas pessoas, mas quis amá-las inteiramente. Que nós aprendamos algo com ele!
Fr. José Luís Queimado, CSsR
(jlqueimado@ig.com.br)
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