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24 de jun. de 2010

O JOIO NO MEIO DO TRIGO

24 DE JULHO

Evangelho - Mt 13,24-30

Jesus aparece no Evangelho deste domingo como um contador de contos. Não outra coisa são as parábolas: contos singelos e breves, dirigidos aos mais singelos e, por isso mesmo, ao alcance de todos.

Mas são contos que levam muitos argumentos. São como tesouros de sabedoria camuflados em histórias simples. Não é difícil as entender a primeira vista. “O Reino de Deus é como...”. Jesus não faz um tratado de teologia senão conta histórias que abrem a mente de seus ouvintes e lhes convida a voar com sua imaginação. Para compreender o que é o Reino de Deus, o Reino de seu Pai, de nosso Pai.

Histórias pequenas e singelas

O Reino de Deus se parece com um homem que semeou boa semente em seu campo (não se parece a um campo com boa semente e discórdia). Parece-se também com o grão de mostarda (o menor, mas que se faz grande quando cresce e acolhe a todos abaixo de sua sombra). Parece-se também à pequena porção de fermento que faz que toda a massa fermente.

São ações singelas, ordinárias, pequenas. Mas que sempre provocam grandes transformações. A semente que semeia aquele bom camponês termina por crescer e dar uma boa colheita, apesar de que entre a boa semente também apareceu algo de discórdia. O grão de mostarda é muito pequeno, mas, quando cresce, é capaz de acolher aos pássaros que fazem ninhos em seus ramos. O fermento misturado com a massa de farinha aparentemente desaparece, mas no silêncio da noite faz que toda a massa se converta em pão, que alimenta e dá vida. E converte-se por sua vez em fermento que fermentará outras massas.

Deus opta pelo pequeno e singelo

O Reino de Deus é assim: começa como algo muito pequeno, sem quase presença pública. Deus não opta pelos grandes meios, não invade nosso mundo com seus poderosos exércitos de anjos. Deus escolheu o caminho da encarnação. Fez-se homem em Jesus de Nazaré. Fez-se um de nós. Com todas as conseqüências. Caminhou por nossos caminhos. Sentou-se à mesa conosco. Tocou nossas feridas.

Jesus não pretende nos convencer com razões indiscutíveis ou livros reflexivos. O seu é falar em parábolas de forma que todos possam entender. Seu Reino crescerá na medida em que as pessoas abram a Ele seu coração. Simplesmente.

Deus atua com sumo cuidado. Está cuidando de tudo e julga com moderação, como diz a primeira leitura do livro da Sabedoria. Por seu Espírito acode em ajuda de nossa debilidade e intercede por nós com gemidos inefáveis, como diz a carta aos Romanos. Deus é o fermento que se mete em nossa vida e, tarde ou cedo, converterá nosso corpo mortal em fonte de vida para o mundo.

Nosso compromisso pelo pequeno e singelo

Logo será responsabilidade nossa fazer deste mundo um lugar mais habitável para todos. Um lugar onde, como no Reino, todos encontrem um lugar onde fazer seu ninho, onde habitar à sombra do Pai que nos ama. Um mundo mais justo onde ninguém fique excluído e não tenha acesso à mesa da fraternidade.

O cristão, o discípulo de Jesus, é como a mostarda, como a boa semente que se semeia no campo do mundo, como o fermento. Com sua presença, com seu compromisso, com sua vida, aqui e agora, vai fazendo deste mundo o Reino, vai construindo a casa comum onde todos se sentem colhidos, salvados, reconciliados, amados. Agora é nossa responsabilidade fazer que a mostarda cresça e que a boa semente se semeie que o fermento se enterre na massa. Seguros de que a discórdia não triunfará, porque é Deus mesmo que está ao cuidado da colheita.

Fernando Torres cmf

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

CONCLUSÃO:

A contradição faz parte da vida de todos nós porque, se por um lado temos a presença da graça em nossas vidas e o chamado à santidade, por outro conhecemos a realidade do pecado como conseqüência da tendência para o mal, que é a concupiscência, que ficou na natureza humana como uma marca deixada pelo pecado original. Isso significa que a parábola do trigo e do joio nos mostra não apenas a realidade do mundo em que vivemos e as suas contradições, mas também a nossa própria vida, na qual sempre vemos o bem que queremos e algumas vezes praticamos o mal que não queremos. Isso não significa que é legítimo ceder ao joio que marca a nossa vida, mas que devemos estar sempre atentos a ele para não cairmos em tentação. (CNBB)

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