Terça – feira, 27 de Março de 2012
Evangelho: Jo 8, 21-30
No Evangelho de hoje Jesus está diante dos judeus falando da falta de fé e da crença no Filho do Homem. Jesus pregou a todos à conversão dos pecados e à construção de um novo Reino de justiça durante sua vida pública. Mas os judeus poderosos não acreditaram nas palavras de Jesus e desconfiavam de sua conduta, portanto ainda não sabiam quem era Jesus.
Os judeus e alguns poderosos não queriam viver a realidade da qual Jesus falava. A vida dos privilegiados era conduzida e feita sob as costas dos pequenos. Criaram uma cultura opressora que não permitia aos pobres sobressaírem da condição subalterna, fazendo com que os mesmos permanecesse na marginalidade. Entretanto, Jesus ressaltava a libertação como pano de fundo para a igualdade dos irmãos, porém esta tese afrontava os domínios dos poderosos.
Jesus fala firmemente para os judeus que ao ser levantado na cruz muitos passariam acreditar que Ele era realmente o Filho do Deus-Vivo. Esperava que não fosse tarde demais para pedir perdão dos seus pecados. Na missão de Jesus contemplava a misericórdia de Deus e o perdão dos erros cometidos para que a alma pudesse gozar a vida eterna no céu, isso somente aconteceria se o homem terreno fosse capaz de compreender e viver em dignidade a solicitude do amor. Talvez a morte de Jesus fosse a libertação necessária dos céticos.
O fosso existente entre os judeus e Jesus era gigantesco. Enquanto Jesus buscava reunir o povo para a vivência perfeita da paz e da unidade, os judeus imprimiam leis severas para retirar ainda mais donativos dos pobres. Jesus, filho de Deus, enviado para cumprir a promessa do passado, os judeus cultuavam doutrina feita para dissimular a dicotomia entre o bem e o mal. Se não olharmos clinicamente até nos convençamos de que os judeus tinham razão nas suas apelações.
Como reconhecer em Jesus o Filho Amado de Deus se o coração esta fechado para novas atitudes libertadoras? Como enxergar em Jesus o mundo novo se a fé é pequena e avarenta? Como seguir os passos de Jesus se os caminhos traçados são distintos e tendenciosos?
Nosso Deus ainda nos pede coerção para vida nova. Nosso Deus ainda implora para que vivamos a fraternidade em sociedade. Mas fazemos de conta que Ele nos pede e nem damos bola. Somos autossuficiente na vida terrena e só pediremos socorro quando não temos mais o que fazer para livrar do mal. Corremos atrás de nosso Deus com orações e implorando por uma cura e/ou por sua intervenção. Mas porque não procurou antes? Por que deixou para o último instante?
Portanto, Jesus é. Ele foi o que fez, o que semeou e o que plantou. Para que duvidar da suas ações e do seu gesto concreto de vida. Para conhecer Jesus é preciso mergulhar nas ações de libertação do povo que sofre; viver as mágoas e os sofrimentos dos irmãos abandonados; ser prestativo e acolhedor com todos os filhos de Deus.
Vivamos a fraternidade de Nosso Deus nesta Quaresma e buscamos a conversão de nossas faltas para vivermos a dignidade no céu. Amém!
Abraços. Claudinei M. Oliveira
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