Sexta - feira, 23 de março de 2012
Evangelho: Jo 7,1-2.10.25-30
Os judeus estavam numa festa que duravam sete dias. Nestes dias lembravam o tempo do êxodo, quando o povo de Deus peregrinou pelo deserto rumo à Terra Prometida, em cabanas cobertas com ramos de árvores. Aproveitavam também para ler textos do Antigo Testamento como o final do livro de Zacarias que dizia “o que sobrar dessas nações, que marcharam contra Jerusalém, deverá ir a ela todo ano para adorar o Rei, Javé dos exércitos, e celebrar a festa das Tendas. Qualquer uma das famílias que não fazer romaria a Jerusalém para adorar o Rei, Javé dos exércitos, ficará sem chuva” (Zc 14, 16-17; in O Evangelho de João, de José Bortolini). Enfim, a festa das Tendas recordava muitas coisas como: a provável chegada do Messias, a reunião de todas as nações de Jerusalém e a salvação que nasce em Jerusalém.
Contudo, Jesus foi à festa judaica das Tendas, apesar de estar correndo risco de ser preso e morto pelos judeus. Alguns O reconheceram, mas acreditaram que as autoridades já tinham reconhecidos com o Messias. Mesmo contrariando a lógica da prisão, Jesus pregava tranquilamente no Templo, onde funcionava as escolas das autoridades, para uma grande multidão. O ensino de Jesus era para a vida, enquanto o ensino das autoridades era para manipular o povo.
Assim, a mensagem de João é bem clara: tudo vale à pena quando se trata de livrar o povo do mal e do poder centralizado. Jesus não se intimidava das coerções dos opositores, claro que evitava algumas regiões com mais fúria como a região da Judéia, preferia a região da Galiléia, mas como sabia que sua horaainda não tinha chegado, aproveitava a oportunidade para divulgar o Reino da liberdade.
A Hora de Jesus entregar-se para que o povo tenha vida não seria a partir da vontade dos opressores, mas a partir da vontade do Pai que O enviou. Usando toda argumentação Jesus enseja advertência comunicando: “o momento certo ainda não chegou para mim. Para vocês, qualquer momento é bom. O mundo não tem motivo para odiar vocês. Mas o mundo me odeia, porque eu sou testemunho de que suas ações são más. Vão vocês para a festa. Eu não vou para esta festa, porque o momento certo ainda não chegou para mim” (Jo 7, 6-8).
Da festa dos homens comemorando a pseudo-libertação Jesus não participava, mas participará da verdadeira festa com o Senhor quando subir para ficar a sua direita no céu. Assim, participar da festa dos homens significa corroborar com as atrocidades dos poderosos, neste caso, para Jesus, participar da maleficidade, era condenar o caos para os homens. Portanto, o ódio que o homem tinha de Jesus não passava de artimanha de alinhamento de ações grosseiras e interesseiras.
Tanto que o povo cultuado pelas Leis das autoridades também passaram a condenar Jesus. Eles defenderam a sua própria morte, mas como estavam alienados não perceberam que estavam condenando o Messias, chegaram até esbravejar com tenacidade: Estás louco! Quem é que está querendo te matar?” (Jo 7,20).
Jesus deixou um legado incomparável de o bom servir o povo de Deus. Tudo deve ser feito para agradar a todos de forma consciente, sem manipulação e sem alienação. O homem deve ser livre para escolher seus passos no caminho certo, para tanto, deve ser apresentado a ele o verdadeiro caminho, sem remendo e sem interesse. Jesus mostrou corajosamente o caminho que leva a salvação, mas alguns homens não compreenderam e resolveram prendê-lo para matar.
Ainda hoje muitos homens alienados pelo poder da manipulação e do poder do capital não aceitam a proposta de Jesus. Criam suas próprias leis baratas e as impõem nos ensinamentos do povo através dos meios de comunicação. Deixa o povo sem direito de escolher o melhor e ainda provoca os filhos de Deus da inexistência do Criador a partir da fé.
Olha que Jesus já foi morto pelos homens há mais de dois mil anos e muitos procuram nas entrelinhas para matá-lo mais uma vez. E para assegurar da sua decisão e da certeza de que ainda necessita de matar o Mestre, cria no imaginário de que alguns mensageiros estão lesando seus privilégios e para tanto devem matá-los.
Portanto, querem prender Jesus para não deixá-lo pregar a verdade para muitos que ainda não conhecem a mensagem da libertação. O povo liberto passa ser um povo exigente e este por sua vez não admitirá ser passado para trás.
Sejamos este povo liberto que aceita viver na dignidade de uma vida feliz para sempre. Amém!
Felicidades. Claudinei M. Oliveira
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