02.04.2012- SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA SANTA
TEXTOS: Isaías 42, 1-7/ Salmo 26/ Ev. De João 12, 1-11:
Toda a humanidade foi atingida pela Salvação: “quando Eu for levantado atrairei todos a Mim”
Caríssimos (as): Estamos em plena Semana Santa quando intensificamos a celebração do mistério pascal: adentramos mais e mais no mistério da Paixão e morte de Jesus e nossa Salvação. Façamos de modo a não levantar vôo, mas a manter os pés bem colados no chão da nossa realidade, onde a salvação deve produzir “os frutos que permanecem” (Jo 15,16). Os textos sagrados vêem nos ajudar a refletir sobre isso: no 1º dos quatro cantos do Servo de Javé, Isaías diz que o Servo de Javé recebeu a unção para promover o direito e a justiça para o povo; ele promoverá o julgamento das nações a fim de obter a verdade. O Servo foi constituído para ser o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrir os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.
Nestas palavras o profeta Isaías deixa claro a universalidade da salvação: o povo de Israel é esse Servo Sofredor, um instrumento escolhido por Deus para levar a Salvação a todas as nações. E a salvação tem necessariamente implícita uma dimensão de libertação social. Os evangelistas interpretaram, no tempo de Jesus (cerca de 700 anos depois de Isaías!), como sendo Jesus a “encarnação” daquela figura do Servo/povo/sofredor de Javé. Neste trecho lido hoje do evangelho de João notamos já uma parte do conflito que se estabeleceu entre judeus e Jesus. Jesus com sua obra libertadora do povo (curava os doentes, despertava a esperança nos fracos e oprimidos, consolava os desanimados, etc.) acabou desse modo despertando um forte ciúme e inveja nas lideranças religiosas e sociais dos judeus, a ponto de tramarem sua morte. Isso implicava, certamente, o fato também de que a multidão que começava a seguir Jesus deixava de contribuir com os dízimos e ofertas dados num templo, em Jerusalém, cuja religião praticada aí não libertava as pessoas (era, pelo contrário como as talhas secas do milagre da transformação da água em vinho: João, capítulo 2. Qualquer semelhança com alguma situação da nossa realidade atual “terá sido mera coincidência” (e para quem tem dificuldade em entender, vamos “desenhar”: “apóstolo” Waldomiro versus “bispo” Macedo). (Obs.: sei que toda comparação é muito deficiente; aqui Jesus não se identifica com nenhum desses lados...).
Interessante é contemplarmos Jesus em sua condição humana: um Jesus tão humano até ao ponto de permitir que Maria, a irmã de Marta e Lázaro, fizesse com ele esse ritual da unção dos pés e o enxugamento com seus cabelos, utilizando ½ litro de perfume caríssimo! O que provocou “indignação” no ladrão Judas Iscariotes, o mesmo que, depois, “vendeu” Jesus por 30 moedas! Mas aí, Jesus aproveitou a ocasião para dizer uma verdade que acontece ainda hoje, depois de dois milênios: a comunidade dos seus seguidores é formada principalmente pelos pobres e são eles os mais abertos para o acolhimento e a assistência solidária.
Procuremos guardar o silêncio desta Grande Semana, tão propício para celebrarmos bem, interiorizando o mistério que nos salva, e desse modo alcançar força da Paixão de Cristo! Assim poderemos também nos empenhar mais na mesma luta por cuja causa Jesus morre ainda hoje!
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!...
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].
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