Sexta - feira, 09 de Dezembro
Evangelho – Mt 11, 16-19
Os dois grandes anunciadores foram rejeitados por um grupo de pessoas que ainda relutava por não querer ouvir e atender as transformações de vida provocada por João e Jesus. O diferencial entre eles consiste na metodologia de ação, pois enquanto João era severo e exigia arrependimento, conversão e mudança de vida, Jesus era manso e cheio de compaixão com o sofrimento do povo. João anunciava a vinda do Messias, o Salvador que libertaria a pessoa do mal, em contra partida batizava para converter os pecados e estar preparado para receber o Mestre da transformação, enquanto que Jesus anunciava um Reino de justiça e misericórdia, onde todos pudessem viver em harmonia e na paz, sem exploração e sem a maldade.
Entretanto, a presença de um deles era motivo de agitação. Não era bem recebido. A vida que levava era pautada na dominação de homens que comandavam a cidade e a vida política. Não poderia aceitar uma mudança radical na maneira de viver. Para tanto, o povo cegamente acreditava mais nas palavras dos dominadores por comodismo do que na proposta de João ou Jesus de Nazaré.
Ademais, se os poderosos das cidades resolvessem abraçar as atitudes de João e de Jesus perderiam a credibilidade do poder. Não teriam como viver a custa do povo. Deveriam rumar práticas democráticas de acolhimento e, neste caso, para eles era "andar para trás". Então, a saída foi difamar João ou Jesus: eles são loucos desvairados, são aproveitadores da situação, querem a nossa desgraça, não sabem o que estão falando! Ao falar de João e de Jesus neste tom, justificavam a corrupção, a maldade e a dominação sobre o povo.
Porém, Jesus contradizia todos com a prática da justiça. Como não conseguia ser ouvido pelos intelectuais das cidades, passou a combater o mal que deixava o povo empobrecido. Jesus fazia milagres curando os cegos, mudos e surdos; ressuscitando mortos e expulsando demônios. O povo tinha que enxergar estas atitudes para crer na pessoa de Jesus. Não deu outra, a crença em Jesus foi tamanha que os intelectuais tiveram que calar a voz do deserto, como pregava João, não dando oportunidade para Jesus implantar de vez o Reino desejado. Tanto que João e Jesus foram mortos para dar vida ou fazer o povo acreditar que eram realmente homens com missão libertadora.
Jesus continua falando hoje para multidões de descrentes nas lideranças das igrejas comprometidas com a libertação do povo. Há um clamor para que as práticas de transformações aconteçam na vida social. Para que o homem viva em fraternidade, mas nada parece ser ouvido. Ainda ha discrepância entre os ensinamentos de Jesus de Nazaré com a vida do homem. Enquanto a satisfação do ego e superego do sujeito se harmoniza na base do poder humano, a vida fraternal e espiritual permanece em segundo plano. Nada é ouvido pelo homem a não ser quando se sente ameaçado de morte, doenças ou desarranjo familiar. Como Jesus mesmo disse referindo ao homem fazendo pirraça para não crer: São como crianças sentadas nas praças. Isto é, não tem atitudes ou nada de se preocupar com a vida a não ser gritar para os transeuntes: faça o que pede o encardido: fuma, bebe, prostitui, estupra, violenta, tira sarro, envenena-se...
Portanto, os sinais de João e de Jesus foram bem expostos para todos. Não tem como falar que não conhece, pois a gratuidade de nosso Pai é maior do que todos os convites do encardido. Sejamos um amante do Evangelho e de Jesus de Nazaré que veio e continua vindo até seus irmãos para dar vida Nova e cheia de felicidades. Amém!
Que aprendemos a ouvir os sinais da chegada do menino Jesus. Abraços. Claudinei M. Oliveira.
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