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3 de mar. de 2012

Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir, isto é o da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai – Maria Regina.




                                                              Na liturgia de hoje, o Evangelista refere que Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João a um monte elevado e se transfigurou diante deles, tornando-se resplandecente de tal brancura que «lavadeiro algum da terra poderia branquear as suas vestes assim». É neste mistério de luz que hoje a liturgia nos convida a fixar o nosso olhar. No rosto transfigurado de Jesus brilha um raio da luz divina que Ele conservava no seu íntimo. Esta mesma luz resplandecerá no rosto de Cristo no dia da Ressurreição. Neste sentido, a Transfiguração manifesta-se como uma antecipação daquilo que nós nos revestiremos quando tudo se consumar em todos. Aí sim celebraremos o mistério pascal.
                                          A Transfiguração convida-nos a abrir os olhos do coração para o mistério da luz de Deus, presente em toda a história da salvação. Já no início da criação, o Todo-Poderoso diz: «Faça-se a luz!» (Gn 1, 3), e verifica-se a separação entre a luz e as trevas. Como as outras criaturas, a luz é um sinal que revela algo de Deus: é como o reflexo da sua glória, que acompanha as suas manifestações. Quando Deus aparece, «o seu esplendor é como a luz, das suas mãos saem raios» (Hab 3, 4 s.). Como se afirma nos Salmos, a luz é o manto com que Deus se reveste (cf. Sl 104, 2). No Livro da Sabedoria, o simbolismo da luz é utilizado para descrever a própria essência de Deus: a sabedoria, efusão da glória de Deus, é «um reflexo da luz eterna», superior a todas as luzes criadas (cf. Sb 7, 26.29 s.).
                                       No Novo Testamento, é Cristo que constitui a plena manifestação da luz de Deus. A sua Ressurreição aboliu para sempre o poder das trevas do mal.Com Cristo ressuscitado a verdade e o amor triunfam sobre a mentira e o pecado. Nele, a luz de Deus já ilumina definitivamente a vida dos homens e o percurso da história. «Eu sou a luz do mundo afirma Ele no Evangelho Quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12).Marcos no Evangelho de hoje recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, faz uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. A ti que muitas vezes estás, desanimado e assustado, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o é a garantia da vitória final. Portanto, neste segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova. E este não é senão o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.
Amém.
Abraço carinhoso

            Maria Regina

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