"Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria" (cf. Sl. 46,2).
A celebração deste domingo é uma celebração rica de significado para todos nós: é a celebração em que, tanto na primeira leitura (cf. 2Rs 4,8-11.14-16a) quanto no Evangelho (cf. Mt. 10,37-42), nós somos convidados a refletir sobre a ACOLHIDA DO PROFETA e, conseqüentemente, a sua recompensa. De maneira até poética nos é narrada a história da mulher samaritana, que preparou um quarto para hospedar o profeta Eliseu, cada vez que estivesse de passagem pela sua casa. Com as mesmas palavras dos hóspedes de Abraão (cf. Gn. 18,14) Eliseu lhe diz: "Por este tempo, daqui um ano, terás um filho" (cf. 2Rs. 4,16). Duas coisas altamente estimadas no Oriente: hospitalidade e ter um filho. Assim, também no Novo Testamento a hospitalidade é valorizada para os profetas. Os profetas do Novo Testamento, os missionários cristãos, são gente simples, os "pequenos", que deixaram tudo e que já não têm lugar na sociedade (cf. Mt. 10,37-39). Impulsionados pela urgência de levar o Evangelho a todas as nações(cf. Mt 28,16-20), antes que venha o Filho do Homem (cf. Mt. 10,23), percorrem campos e cidades, vivendo em extrema pobreza, como foram depois os primeiros franciscanos. Ora, se já não era fácil para a sunamita acolher um profeta "institucional"de Israel, tanto mais difícil era para o povo do tempo de Jesus acolher esses estropiados missionários errantes que eram os profetas cristãos. Entre eles e seu Mestre existe tal semelhança – inclusive, no sofrimento – que Jesus se identifica com eles: "Quem vos recebe, a mim recebe... e àquele que me enviou". Ora, por isso mesmo, grande é a recompensa: a recompensa de ter recebido um profeta, de ter recebido um justo.... Nem mesmo um copo d'água oferecido com este espírito ficará sem recompensa.
Diz que a repetição nos ajuda a guardar as coisas importantes: assim a hospitalidade que se coloca na primeira leitura para com o profeta e a recompensa é muito atual. A história da sunamita é muito humana: não tem filho, e transfere algum sentimento materno para Eliseu, amparando-o. Sua recompensa: terá um filho. Com esta história entendemos o que significa a expressão do Evangelho de hoje: "recompensa de profeta".
O Evangelho de hoje apresenta o Sermão Apostólico de Jesus. Todos nós somos chamados por Jesus a ser discípulos seus. E é a todos os que querem ser seus colaboradores que Jesus faz suas exortações. Ninguém é excluído do Reino e ninguém pode se eximir de trabalhar pela construção do Reino de Deus na terra. Jesus vem dizer que, por causa do Reino, o verdadeiro discípulo será capaz das maiores renúncias, até mesmo da própria vida. Qualquer interesse pessoal, a busca do autobeneficiamento ou de autopromoção, ainda que aparentemente boa e justificável, impede o trabalho do apóstolo. Compreende-se a insistente oração dos santos no sentido de não procurarem a própria glória, mas a realização plena e exclusiva da vontade de Deus.
O não-procurar a si mesmo, mas o Reino de Deus, implica uma contínua renúncia e um contínuo acolhimento. E é dessas renúncias e desse acolhimento que fala Jesus hoje.
Quem quer ser discípulo de Jesus tem que ser despojado e hospitaleiro. Nem "Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria" (cf. Sl. 46,2).
A celebração deste domingo é uma celebração rica de significado para todos nós: é a celebração em que, tanto na primeira leitura (cf. 2Rs 4,8-11.14-16a) quanto no Evangelho (cf. Mt. 10,37-42), nós somos convidados a refletir sobre a ACOLHIDA DO PROFETA e, conseqüentemente, a sua recompensa. De maneira até poética nos é narrada a história da mulher samaritana, que preparou um quarto para hospedar o profeta Eliseu, cada vez que estivesse de passagem pela sua casa. Com as mesmas palavras dos hóspedes de Abraão (cf. Gn. 18,14) Eliseu lhe diz: "Por este tempo, daqui um ano, terás um filho" (cf. 2Rs. 4,16). Duas coisas altamente estimadas no Oriente: hospitalidade e ter um filho. Assim, também no Novo Testamento a hospitalidade é valorizada para os profetas. Os profetas do Novo Testamento, os missionários cristãos, são gente simples, os "pequenos", que deixaram tudo e que já não têm lugar na sociedade (cf. Mt. 10,37-39). Impulsionados pela urgência de levar o Evangelho a todas as nações(cf. Mt 28,16-20), antes que venha o Filho do Homem (cf. Mt. 10,23), percorrem campos e cidades, vivendo em extrema pobreza, como foram depois os primeiros franciscanos. Ora, se já não era fácil para a sunamita acolher um profeta "institucional"de Israel, tanto mais difícil era para o povo do tempo de Jesus acolher esses estropiados missionários errantes que eram os profetas cristãos. Entre eles e seu Mestre existe tal semelhança – inclusive, no sofrimento – que Jesus se identifica com eles: "Quem vos recebe, a mim recebe... e àquele que me enviou". Ora, por isso mesmo, grande é a recompensa: a recompensa de ter recebido um profeta, de ter recebido um justo.... Nem mesmo um copo d'água oferecido com este espírito ficará sem recompensa.
Diz que a repetição nos ajuda a guardar as coisas importantes: assim a hospitalidade que se coloca na primeira leitura para com o profeta e a recompensa é muito atual. A história da sunamita é muito humana: não tem filho, e transfere algum sentimento materno para Eliseu, amparando-o. Sua recompensa: terá um filho. Com esta história entendemos o que significa a expressão do Evangelho de hoje: "recompensa de profeta".
O Evangelho de hoje apresenta o Sermão Apostólico de Jesus. Todos nós somos chamados por Jesus a ser discípulos seus. E é a todos os que querem ser seus colaboradores que Jesus faz suas exortações. Ninguém é excluído do Reino e ninguém pode se eximir de trabalhar pela construção do Reino de Deus na terra. Jesus vem dizer que, por causa do Reino, o verdadeiro discípulo será capaz das maiores renúncias, até mesmo da própria vida. Qualquer interesse pessoal, a busca do autobeneficiamento ou de autopromoção, ainda que aparentemente boa e justificável, impede o trabalho do apóstolo. Compreende-se a insistente oração dos santos no sentido de não procurarem a própria glória, mas a realização plena e exclusiva da vontade de Deus.
O não-procurar a si mesmo, mas o Reino de Deus, implica uma contínua renúncia e um contínuo acolhimento. E é dessas renúncias e desse acolhimento que fala Jesus hoje.
Quem quer ser discípulo de Jesus tem que ser despojado e hospitaleiro. Nem todos serão martirizados em nome de Jesus Cristo, mas para todos a missão evangelizadora significa despojamento, desprender-se de sua vida normal. Os últimos versículos do Evangelho deste domingo são a conclusão do Sermão Missionário e retomam o tema inicial do mesmo: a missão dos discípulos é a continuação da missão de Jesus Cristo. Ela é missão de "profetas e justos"e quem recebe os discípulos, é como se recebesse estes grandes do Antigo Testamento. Mas os grandes do Novo Testamento são "pequeninos", e quem os recebe a estes, é como se recebesse a Cristo mesmo.
A primeira renúncia e o primeiro acolhimento se referem ao que há de mais importante e de mais precioso a Deus e aos homens e mulheres: o amor fraterno. Isso porque o universo inteiro é fruto do amor de Deus. A encarnação de Jesus só se compreende como um ato de amor extremado. A vida é a mais linda floração do amor misericordioso de Deus pelos seus filhos e filhas. Todos nós nascemos de um momento extasiante e fecundo de amor. Todo o Novo Testamento se fundamenta e se consolida no amor. Nenhum preceito que fira o amor tem legitimidade para Jesus e para os cristãos. Amor que primeiramente se deve a Deus, porque de Deus provêm todas as expressões do amor e a Deus retornam todos os nossos gestos de amor cumpridos na dimensão das criaturas, racionais ou irracionais. Amor que se deve, também, aos irmãos e irmãs. Vivemos em contínua renúncia e permanente abertura às manifestações de amor de Deus.
A segunda grande renúncia que Jesus pede ao discípulo é a renúncia aos seus próprios interesses. Jesus nos exorta a que dediquemos a vida não aos que podem matar o corpo e alma, mas àquele que nos pode dar uma recompensa eterna e nos fazer viver para sempre. Ninguém quer uma coisa para si que não seja para seu próprio bem. Ora, Jesus se apresenta a nós como o maior de todos os bens desejáveis. Jesus se apresenta como nossa vida, não apenas terrena, mas eterna. Em Jesus a criatura humana encontra as razões da vida, a divinização da vida, a entrada da nossa vida humana na vida eterna de Deus (cf. 1Pd. 1,4). O discípulo verdadeiro tem sua vida como que envolvida na vida de Cristo (cf. Cl. 3,3). Por isso, quando Cristo aparecer vivo em sua glória, também o discípulo reinará com Ele(cf. Cl 3,4). É justamente esse deixar-se envolver, embeber da vida de Cristo que Ele nos pede no Evangelho de hoje. Nada nessa vida nos pode separar do amor de Cristo, nos ensina são Paulo (cf. Rm. 8,35). A vida e tudo o que ela oferece é coisa boa para nós, desde que, como lembra o Apóstolo Paulo, na segunda leitura de hoje "seja a vida renovada pelo Cristo" (cf. Rm. 6,4).
Na segunda leitura (cf. Rm. 6,3-4.8-11) nos apresentado o Batismo. Batismo: morrer com Cristo, e ressuscitar com ele para uma vida nova. Deus nos readmite na sua comunhão, na medida em que nos unirmos ao seu gesto de amor misericordioso em Cristo. Esta união é expressa pelo sinal do Batismo: morrer com Cristo, para com ele ressuscitar. Contudo, há uma diferença com a ressurreição de Cristo. Esta está segura, na glória do Pai. A nossa precisa, ainda, ser constantemente guardada e verificada na fé e dedicação de nossa vida cristã. Devemos aprender a usar nossa liberdade para viver para Deus.
Fica claro para nós que a hospitalidade, o senso de acolhimento, é um dos sinais para medir a verdadeira fidelidade das nossas comunidades eclesiais ao Evangelho. Devemos acolher a todos, particularmente, ao pecador e não excluir ninguém. Algumas falsas mentalidades de ministros ordenados que "expulsam" aqueles e aquelas que incomodam a sua "mediocridade" ou a sua "apatia" diante dos desafios da evangelização nos levam a um verdadeiro exame de consciência e a um profundo caminho de conversão. Os gestos de intolerância perante os estrangeiros e, particularmente, acerca daqueles que nos incomodam revelam a fisionomia anticristã e anti-evangélica de falsas comunidades e de falsos pastores que se dizem cristãos e que não são. Lembremos da Palavra de Jesus: Eles não te condenarão? Eu, também não te condeno. Vás e não peques mais! Esta deve ser a nossa atitude.
Somos chamados por Cristo a renunciar a nossos interesses pessoais e acolher os interesses e a vontade do Salvador. Vamos renunciar a tudo o que nos desune, a tudo aquilo que está na contra-mão do projeto do Pai, das futilidades e das coisas passageiras e vamos procurar o caminho de Cristo, o caminho que leva ao Pai, porque "sem o Cristo nada podeis" (cf. Jo 15,5). Jesus é o caminho que nos pode levar ao Pai. Ele é a verdade que supera todas as nossas dúvidas e deficiências. Ele é o único capaz de nos dar a vida que não perece. Devemos nos converter sempre de novo. Devemos sempre de novo lavar a alma como lavamos o corpo. Devemos amadurecer em nossa personalidade. Devemos encontrar nosso próprio caminho. Mas tudo isso em Cristo, com sua graça derramada sobre nós na Cruz e confirmada na ressurreição. Assim, a própria segunda leitura de hoje, nos ensina que devemos morrer e ressuscitar com o Cristo. Morrer ao pecado, viver a vida nova de Cristo, com Cristo. Viver para Cristo é doar-se na caridade. Morrer ao pecado é extirpar da nossa vida tudo o que foi inspirado por vil egoísmo, vontade de poder, opressão aos semelhantes. A tarefa é árdua. Não pensemos que a vida nova cai prontinha do céu. O batismo dá graça sim, mas a graça só frutifica por nosso esforço. Que nos auxilie a graça de Deus para acolher com misericórdia o Profeta, especialmente, acolhendo os que mais precisam de misericórdia, de uma palavra de alento e de acolhida.
padre Wagner Augusto Portugal
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