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4 de mai. de 2010

A VIUVA E SUA PEQUENA ESMOLA NO TEMPLO


Evangelho - Mc 12,38-44

A liturgia de hoje fala-nos do verdadeiro culto, do culto que devemos prestar a Deus.

A Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos suntuosos, mas uma atitude permanente de entrega em suas mãos, de disponibilidade para os seus projetos, de acolhimento generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em benefício dos nossos irmãos.

O Evangelho diz, através do exemplo de outra mulher pobre, de outra viúva, qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus filhos: que eles sejam capazes de Lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa pobreza humilde e generosa (que é sempre fecunda), num despojamento de si que brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que não têm o coração cheio de si próprio, são capazes de oferecer a Deus o culto verdadeiro que Ele espera.

A avareza em casa!

Como poderosa é a avareza! Como se camufla, parecendo como economia e austeridade! A avareza não tem dignidade. É sem vergonha, quando se trata de seus assuntos. Quando a avareza se muda para nossa casa, logo tudo organiza e determina. Imediatamente surge a "idolatria ao dinheiro", o culto ao deus Mamón.

Quem não ajuda ao rendimento econômico é marginalizado. Quem se supõe ser uma fonte de renda, imediatamente é bem acolhido. Há pessoas que não procuram a verdade, o Evangelho, mas o dinheiro. O dinheiro abre portas, audiências; suscitam inclinações, preferências, primeiras posições. Essa idolatria leva para baixo o homem de "gratidão". Nesse contexto, é ridículo pedir que tenha lugar nos banquetes os últimos, que sejam convidados os que não podem convidar - como dizia Tiago - coloquemos em primeiro lugar a celebração litúrgica ao mais necessitado. A avareza não sente deste modo.

A avareza nos habita a todos. É um hospede incomodo, porém ai esta. Nos fecha em nossos interesses; por isso, nos custa dar, comunicar nossos bens, sermos generosos com os demais, se não vamos receber nada em troca. A avareza quer ser a guardiã de nossa casa e de seus bens. O muito ou pouco que tenha são bens que coleciona. As justificações intelectuais para não dar, emprestar pouco ou recuperar com acréscimo o que damos ou emprestamos, tranqüilizam nossa consciência.

Com o dinheiro nós temos normalmente uma relação íntima, secreta. É um companheiro oculto. Na Igreja nós não fazemos normalmente ostentação do dinheiro. O guardamos, porém não o exibimos. Nunca se saberá onde chega a nossa generosidade. Embora nós tenhamos os celeiros cheios, sempre daremos a impressão de continuar necessitado. Nós imploramos a generosidade do outro; mas depois quem sabe qual é o destino dessa generosidade.

As leituras deste domingo nos falam de duas viúvas muito pobres: a viúva de Sarepta e a viúva do Templo; e de dois profetas que se preocupam com elas: Elias e Jesus.

Elias tenta a generosidade da viúva de Sarepta. Além de água, lhe pede - com certa insolência - um pãozinho. Eu digo “insolência” porque a pobre viúva somente dispunha de uma ultima ração para seu filho e ela; em compensação, o profeta se antepõe a eles e diz: “primeiro faz-me um pedaço de pão e traga-o; para ti e para teu filho faz depois”. Aquela mulher confiou no profeta e em seu Deus. Arriscou-se a perder a ultima oportunidade. Expulsou a avareza de sua vida. Deu lugar ao verdadeiro Deus e a Ele se confiou: "quem a Deus tem, nada lhe falta, somente Deus basta".

Jesus se encontra pela ultima vez no Templo. As diversas cenas e palavras da sua permanência ali passam por nossas vidas, ouvidos e coração nestes últimos domingos. A última cena - que hoje nós é proclamada - tem a ver com os escribas e uma mulher viúva. Jesus denuncia a avareza dos escribas: "devoram os bens das viúvas, com pretexto de boas orações" e demonstra a generosidade de uma vida depositando no tesouro do templo duas moedas que era tudo o que tinha para viver. Assim quer Jesus a sua Igreja e seus discípulos. Por isso, os chama e lhes pede que se fixem na viúva.

Uma igreja ávida de dinheiro, cobiçosa de herdar capitais, que não confia na Providência, pouco tem que ver com Jesus. A avareza é uma idolatria. A avareza se esconde no mais profundo de nosso ser. E talvez se torne mais ativa conforme passam os anos. O consumismo é outra forma moderna ou pós-moderna de avareza. A pessoa avarenta está sedenta, faminta; é viciada. Seu deus é o dinheiro e o que pode obter com ele. Sonha com a felicidade, porém consegue a felicidade dos ídolos, que é vazio e aflição.

Jesus nos convida a “dar tudo" como a viúva para ganhar tudo. Quer que apostemos corajosamente a favor do outro, dos necessitados. A opção preferencial para o pobre é pura verbosidade quando nós estamos habitados e dominamos pela avareza.

Este demônio é exorcizado pelo Espírito Santo que é o Don, Doação e que gera em nós os dinamismos da entrega generosa.

Pe. José Cristo Rey Garcia Paredes

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