“É IMPOSSÍVEL QUE UM HOMEM EXTRAORDINARIAMENTE BOM SEJA EXTRAORDINARIAMENTE RICO” PLATÃO.
JESUS NOS DIZ :EXIGE-SE DE NÓS UMA PROFUNDA REFLEXÃO DO QUE SOMOS E TEMOS. TANTO RICOS QUANTO POBRES PRECISAMOS IR À BUSCA DAS COISAS DO ALTO.
Afigura de destaque no dia de hoje é o jovem cujo atributo é “muito rico”. A preocupação do homem rico, em relação à vida eterna, deu margem para Jesus ensinar aos discípulos a lição do desprendimento dos bens materiais. Estes são um empecilho no caminho para Deus, quando alguém se apega demasiadamente a eles, tornando-se incapaz de fazer uma ruptura radical, em vista das exigências do Reino.
Trata-se de alguém muito importante humanamente falando e que também poderia ser aproveitado para uma grande empresa como era o Reino de Deus. Parecendo que não, o episódio mostra que o Reino não só não consiste em bens materiais, como também exige o desprendimento deles. O diálogo entre Jesus e o jovem é profundo, como profundo, exigente e amável é o olhar de Jesus.
O próprio jovem começa por pôr a questão mais profunda, a que ninguém se pode esquivar, a da salvação: Bom Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna? Jesus olha novamente para o Jovem e responde como se ele não fosse bom: Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: “Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe.
O jovem cumpria os mandamentos, Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos. E por isso insiste. O que me falta ainda? Se de um lado vemos a preocupação do jovem pela sua salvação do outro vemos que não basta observar a lei para ser apto para o Reino de Deus. Falta muito mais do que se o jovem poderia imaginar: Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. Faltava o desprender-se das riquezas, a entrega, a generosidade, a alegria profunda de dar e de se dar sem pôr condições.
A cena do jovem que se retirou triste oferece uma ocasião para Jesus voltar a expor a doutrina da pobreza evangélica e do desprendimento. Mas não se limita a insistir no perigo das riquezas para se ser bom, à maneira de um sábio grego: “é impossível que um homem extraordinariamente bom seja extraordinariamente rico” Platão; Jesus fala da impossibilidade de entrar no Reino de Deus, o que deixa os discípulos assombrados a ponto de se perguntarem: Então, quem é que pode se salvar?
Mas Jesus insiste e lhes indica a infalibilidade de Deus nas suas promessas: a Deus tudo é possível, pois Ele pode conceder a graça de uma pessoa usar bem as riquezas, ou mesmo até de renunciar radicalmente aos bens terrenos.
Exige-se de nós uma profunda reflexão do que somos e temos. Tanto ricos quanto pobres precisamos ir à busca das coisas do alto. Precisamos viver o desprendimento independentemente do estilo de vida que levemos.
Que aqueles que se fizeram pobres, amem a sua pobreza, porque deles é o reino de Deus. Que aqueles que nasceram ou se tornaram ricos, descubram o valor da misericórdia, da generosidade, da partilha, da solidariedade, e, sobretudo se lembrem de que de nada adianta ganhar o mundo, se depois perde a própria alma.
Amém.
Abraço carinhoso de
Maria Regina.
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