No Evangelho, percebe-se muitas palavras que demonstram ação, como: manifestar, comer, amar, dialogar, tristeza, juventude, cingir, velhice, estender as mãos, levar, morte, glorificar e seguir. Essas palavras têm um grande significado. Elas nos revelam que os personagens são as figuras principais do texto. A proposta de João é colocar Pedro como figura importante na missão da Igreja de Jesus, quando se trata de apascentar o rebanho. Não é a toa que Jesus perguntou três vezes a Pedro se ele o amava. O número três é simbólico, indica intensidade, ênfase; primordialmente quando se repete três vezes uma palavra ou um gesto. Pedro, responde também três vezes a Jesus que ele o ama. Sendo assim, ele confirma com intensidade que ama Jesus e irá se responsabilizar pelo seu rebanho. A última pergunta de Jesus deixou Pedro triste, porque como Jesus "sabe tudo", palavras do apóstolo, não necessitaria perguntar intensamente, pois sabia que ele o amava. Jesus quer que Pedro confirme, com suas palavras, que ele o ama. Jesus mesmo disse: "Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos". Jesus pede a Pedro para segui-lo, referindo-se à missão e aos seus desafios. Aqui, Pedro deve estar convicto dessa missão, fazendo a vontade de Deus, que o conduzirá em caminhos pelos quais não desejaria percorrer. Essa é razão da fala de Jesus: (18) quando eras jovem, tu te cingias e ias aonde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará aonde não queres ir". Antes de Pedro conhecer Jesus, ele era novo e cingias a si mesmo, mas após aceitar o convite do mestre para segui-lo, deixou Deus a cingi-lo. Esse é o objetivo da missão. Antes de assumirmos a missão de Jesus, como seus seguidores, deixamos de guiar nossos próprios caminhos, aceitando os caminhos que vem da vontade divina. Que Maria, mãe e amada de Deus, nos ajude sempre a fazer a vontade de seu amado filho.
Havia um casal que se amava muito. Amavam-se com todo o ardor da juventude e eram felizes. Como não tivessem filhos, adotaram uma criança. A esposa contraiu o mal de Hansen, precisando isolar-se num leprosário. Houve quem aconselhasse o marido a casar-se de novo, pois sua esposa podia ser considerada sepultada viva. Ofendeu-se com essa proposta desleal. Separar-se dela e cometer uma traição, justamente quando ela precisava dele?... De modo algum. Iria morar junto dela, embora sabendo que poderia contrair a doença. Conversou com os diretores do hospital. Ninguém entendeu sua proposta, tida como "idéia maluca". Explicaram-lhe que ninguém, a não ser os doentes podia morar dentro do leprosário. Mas ele envidou todos os esforços. Após muita luta, conseguiu seu intento. Construiu um quartinho dentro da área do hospital, para ficar bem perto da sua esposa. Retomou seu ofício de marceneiro. Ganhou a simpatia de todos os internados. Sua presença ajudou a esposa a curar-se mais depressa. "Essa é a história mais bela de amor que conheço", disse um visitante do hospital.
Na Igreja de Jesus acontece o mesmo. Quando nós vestimos a camisa e assumimos a proposta de Cristo, zelando pelo seu rebanho, nada nos desanima de continuar a amar e de fazer, de fato, o Reino acontecer. Como um esposo leal, devemos também construir "quartinhos" ao lado de quem mais precisa de nós. Que possamos pensar nisso...
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