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13 de jul. de 2010

Comentário do Prof. Fernando Soares

QUINTA - 15 de julho - 15ª semana do Tempo Comum

Comentário à 1ª Leitura - Is 26,7-9.12.16-19 –

Despertai, cantai louvores, vós que jazeis no pó!

[Evangelho Vinde a mim todos vós que estais cansados. Mateus 11,28-30 ]

Os cap 24 a 27 em Isaías aproximam-se da linguagem “apocalíptica” embora ainda sem todas as suas características, que assim podemos resumir:

“Apocalipse” acabou sendo usado para falar de “fim do mundo” e tragédias. Mas é um gênero literário na Bíblia (um estilo como há outros tipos: poesia, história, crônica, discurso, carta etc.). Foram escritos entre o séc.2ºaC e o1ºdC. Significa, em grego: “revelação” (do que estava oculto quando era conhecido só pelo autor e refere-se geralmente ao futuro). Às vezes confunde-se com a linguagem profética. Alguns acham que veio substituí-la quando acabou o Profetismo em Israel. De Elias até João Batista, os profetas primeiro falavam sobre o que Deus lhes revelara, depois eles mesmos ou seus discípulos escreviam suas palavras. Substituindo ou não o profetismo, os escritos apocalípticos querem falar da esperança de um futuro melhor por meio de “visões” carregadas de simbolismos (números, monstros, cores, personagens que precisam ser interpretados). Vamos apagar a idéia de mensagens de “ocultismo” e de um futuro catastrófico. Ao contrário o objetivo desta linguagem é ajudar (principalmente em tempo de perseguição) a manter a esperança e consolar a comunidade mostrando que os inimigos é que serão castigados... Alguns textos desse tipo: Joel 1,15;2,1.11;3,1.4;4,2; Isaías 34–35 e 24-27; Zac9–14 e livro de Daniel. No NT temos: 1Tes4,15-17; 2Tes2,1-12; Mc13; Mt24–25; Lc21; livro do Apocalipse. Também havia livros judeus (literatura religiosa não bíblica): 1ºe 2ºEnoch, Jubileus, Testam.dos 12 Patriarcas, Apocalipse de Baruc e o 4ºEsdras. [ leia mais em: www.abiblia.org/perguntasView.asp?id=708 ]

Voltando ao texto de Isaías: em visão poética, fala do julgamento de Deus que voltará para restaurar Israel (apesar da proximidade de ruína e invasão de inimigos do reino). O texto inclui salmos e cânticos de súplica, ação de graças, de vitória e confiança. Alguns intérpretes bíblicos viram aqui os primeiros anúncios da crença na ressurreição. Diretamente, porém, Isaías refere-se à restauração da nação e talvez tenham sido redigidos por discípulos do profeta em época posterior. Mas o estilo continua igual ao do maior dentre os profetas que falam de um Messias que há de vir. Isaías é fascinado pela santidade e poder de Deus que põe em contraste com o homem que se esquece dos caminhos apontados pelo criador.

O poeta da fé aposta na revitalização do reino, mesmo quando passa por provas difíceis (aqui comparadas a dores de parto): a vida, a ressurreição, brotando das sombras da morte. No evangelho Jesus lembra que os compromissos da Fé são fardos leves para carregar e convida-nos: vinde - quem estiver cansado - aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Isaías concordaria com o que costuma dizer uma grande amiga minha quando vê alguém desanimado: “angústia é falta de fé”. ( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )

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