13/06
Há, sobre o Sermão da Montanha, uma discussão muito acirrada em relação a quem eram os ouvintes de Jesus. Seria a multidão ou somente os discípulos? No primeiro versículo do capítulo 5, podemos ler: "E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos". É evidente que os discípulos se aproximaram dele, mas os ensinamentos da plenitude da lei seriam somente a eles?
Ao término do discurso da montanha, no capítulo 7, lemos a seguinte afirmação do evangelista: "E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas". Agora fica evidente que a multidão também era ouvinte dos ensinamentos de Jesus, ainda que fossem muito exigentes para aquelas pessoas abandonadas e desesperadas, que corriam atrás do Mestre em busca de algum milagre.
Começamos com essa alusão porque sabemos que as exigências do seguimento de Jesus são muito grandes. Ainda que o fardo do Mestre seja leve e o seu jugo, suave, não podemos nos esquecer de que não há caminho fácil quando se quer fazer a diferença. Se quisermos um mundo mais justo, menos violento e mais solidário, não devemos pensar nos caminhos fáceis e agradáveis, que só existem nos contos de fada.
A lei de talião (Latim: Lex talionis) foi encontrada, pela primeira vez, no código de um imperador babilônico chamado Hamurabi (que viveu por volta de 1792 a 1750). A lei funcionava da seguinte forma: se você matar um boi do vizinho, o seu deverá ser morto também – olho por olho, dente por dente. A pena deve ser a mesma para aquele que causou o crime. O Latim explica claramente: Lex – lei; Talis – tal, igual. O crime deve ser castigado com a mesma violência com que foi cometido.
Jesus quebra com essa lei cruel. O que deve reinar, agora, é o perdão. Mas é aquele perdão mais sincero, que é capaz de se rebaixar diante de seu carrasco.
A nossa realidade, hoje, não deve ser guiada pela antiga lei de talião, já condenada por nosso querido e amado Jesus. A lei do amor e da misericórdia é aquela que deve estar no nosso coração, enquanto sonharmos com a construção do Reino de Deus na nossa realidade pós-moderna. Que Deus nos abençoe a todos!
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