“A ovelha perdida” – Claudinei M. Oliveira

        

            O coração de Jesus é grande e maravilhoso. Não se encontra outra pessoa com tanto calor humano capaz de viver em função dos pequenos. Tudo que Jesus anunciou e pregou foi diretamente para aqueles que ainda não encontraram o caminho correto. Ele alegra-se com a  conquista, pois estava perdido e agora se encontrou.

            Tanto que os discípulos não desgrudaram de Jesus. Estar com Jesus era estar ao lado do conforto e segurança. Sentiam-se presente nas ações do mestre e ouviram atentamente seus princípios norteadores de liberdade incondicional.

            A preocupação com aqueles que ainda não aceitaram o projeto vivo de Jesus era um desafio. A maioria do povo vivia sob influência direta dos homens detentores de poder da cidade grande. Tudo o que falava tinha peso. A obediência cega dificultava o entendimento do Salvador. Como sobrepor seus argumentos e fazê-los valer? Como levar a mensagem que indicava caminho de superação da vida árdua de morte? Como despertar na consciência do povo algo capaz de transformar a realidade para melhor? São indagações que Jesus não se preocupava, pois sabia que um dia suas palavras teriam força suficiente para derrubar as ideologias dos dominadores, mesmo que para isso, entregasse de corpo e alma na missão.

            Ao falar para seus discípulos a alegria de recuperar um cristão, Jesus convida-os a mesma prática: nunca desanime com o desafio de sempre estar colocando a prova. Exemplifica o discernimento do pastor que volta para o campo atrás de uma única ovelha perdida. As outras ovelhas  já estão seguras, não corre o risco de se ferir ou ser raptada por predadores. Enquanto que aquela que ficou no campo precisa de ajuda urgentemente. Não pode acomodar-se com as noventa e nove ovelhas e esquecer-se da perdida. Ela precisa  ser encontrada.

            Temos o compromisso dos leigos, padres, irmãos e filhos de Deus preocupados com o ensinamento do Santo Evangelho. Quanto mais corrermos atrás de pessoas que abandonaram a Igreja por pequenas besteiras, mais agradecemos ao nosso Deus. Não podemos permitir que irmãos se percam  na vida, distanciam de Deus, ficam longe da Igreja. Devemos sair dos aconchegos da igreja-prédio e ir ao encontro da Igreja-gente. Assim disse Jesus: do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos. Os fiéis da igreja-prédio já estão acomodados, eles já encontraram o caminho certo. Continuam na Igreja para aumentar a fé e agradecer todos os bens recebidos.

            Já os irmãos igreja-gente abandonadas, por ignorância, por desconhecimento ou por alienação necessitam da presença de um servo de Deus comprometido com a libertação. Estas pessoas somos nós que já temos um conhecimento da verdade e querem o bem de todos. Lembremos: não podemos deixar irmãos padecendo nas periferias do caos por comodismo. Sejamos um a ser o guia ou instrutor. Amém.
Que o Menino-Jesus nos ajude a discernir quantos aos irmãos necessitados. Abraços. Claudinei M. Oliveira