Neste momento ápice do Sermão da Montanha, Jesus não quer dizer que todos os ensinamentos do Antigo Israel estavam errados, mas resgata muita beleza do Antigo Testamento.
O Deuteronômio, no capítulo 10 – versículo 19, diz: "Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito". Há uma noção clara de misericórdia com o diferente, com aquele que não pertence ao próprio grupo. E essa mesma ideia é repetida em Ex 22, 21; 23, 9.
As exigências de Jesus soam muito árduas para os dias de hoje. Como poderemos amar os nossos inimigos? Na verdade, quando nos aproximamos de pessoas que não agradam a nós ou que nos maltratam, queremos mais é que elas desapareçam de nossa frente. Essa seria uma atitude, à primeira vista, completamente normal. Mas, como cristãos, temos de amolecer o nosso coração, amando aqueles que nos odeiam.
Mas é claro que amar não significa "fingir" um pedido de perdão. O verdadeiro perdão brota do profundo de nossas mentes e de nosso coração. Podemos até falar com uma pessoa, mas, ao mesmo tempo, nutrir por ela grande antipatia. É melhor que a amemos em nossos corações, primeiro, antes de qualquer outra atitude.
A perfeição do Pai é o parâmetro, o nosso grande exemplo, para progredirmos em nossa caminhada cristã. Temos de buscar sempre mais a perfeição do Pai, sem negar a nossa imperfeição humana. Jesus não pede para que sejamos puros e perfeitos, mas que nos lapidemos sempre mais, baseando-nos na perfeição de Deus.
Na nossa imperfeição, com os nossos erros e limitações, devemos acreditar que todos somos amados por Deus, afinal, Ele faz o sol nascer para os bons e maus, a chuva cair para os justos e injustos. E nós somos tudo isso: bons e maus, justos e injustos! Quantas vezes não fomos injustos com os nossos irmãos, mas quantas vezes lutamos pela justiça!? Quantas vezes não agimos com maldade nas atitudes de nossas vidas, mas quantas vezes fomos dóceis e amorosos com as pessoas!? Por isso devemos amar a todos, pois assim Jesus sonhou!
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