19 de abril – Quinta-feira
Jo 3,31-36
O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.
Este Evangelho nos apresenta a centralidade da fé em Jesus: "Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele". É o que aprendemos no catecismo: Jesus veio para nos libertar do pecado original, pelo qual todos estávamos sob a ira de Deus. Libertando-nos do pecado, Jesus nos libertou também dessa ira. Aquele que rejeita a Jesus, a ira de Deus permanece sobre ele.
"Quem é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos." Nós, seres humanos, somos todos da terra e não conhecemos nada além da terra. Portanto não temos condição nenhuma de conhecer as coisas espirituais ou da vida após a morte. Jesus, que veio do céu, é que nos revelou. Religião é uma instituição que trata do nosso relacionamento com Deus e da nossa salvação eterna. Imagine o absurdo de alguém que é da terra fundar uma religião!
"Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus." E mais: "O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão". Se ouvirmos as palavras de Jesus e estivermos na Igreja que ele fundou, podemos ficar tranqüilos, porque Deus Pai colocou tudo nas mãos de Jesus. Ele tem poder sobre a terra e sobre o céu, sobre o mundo visível e o invisível, material e espiritual. Quanta gente tem medo de "trabalhos", isto é, feitiços que os outros fazem, mau olhado, dia treze, sexta-feira, praga etc. Nada disso pega em quem é batizado, pois é um só corpo com Cristo.
Na Páscoa, a luz venceu as trevas, a paz venceu a violência, o bem venceu o mal, a verdade venceu a mentira, o amor venceu o ódio e a vida venceu a morte. E nós somos, principalmente pelo nosso testemunho de vida, testemunhas de tudo isso. Somos chamados a acolher a luz em nossa vida e sermos luz para os outros, mesmo sabendo que as trevas perseguem a luz.
Certa vez, uma professora pediu aos alunos que no dia seguinte levassem uma sacola com batatas para a sala de aula. No dia seguinte, ela solicitou que separassem uma batata para cada pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. Então escrevessem o nome da pessoa na batata e a colocassem dentro da sacola.
Eles começaram a pensar, e foram lembrando uma a uma... Algumas sacolas ficaram muito pesadas! A tarefa seguinte consistia em, durante uma semana, no período escolar, carregar consigo a sacola com as batatas para onde quer que fossem.
Com o tempo, as batatas foram se deteriorando. Era um incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.
E foi assim que os alunos entenderam a lição de que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas. Perdoar e deixar a mágoa ir embora é a única forma de ter calma, alegria e paz.
E mais: Deus colocou tudo na mão de Jesus e ele nos manda perdoar e não guardar mágoa de ninguém. Sendo ele o Senhor todo poderoso, podemos confiar e nos jogar totalmente na obediência à sua palavra.
Maria Santíssima foi só luz, sem mistura de trevas. Ela construiu tão bem a sua história terrena, que foi eleita Rainha do céu e da terra. Que ela nos ajude a imitá-la. O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.
Padre Queiroz
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