02 de Junho - Sábado
Evangelho Marcos 11, 27-33
Autoridade e Direito, eis aí duas palavrinhas perigosas, que quando mal empregadas e interpretadas, destroem ao em vez de edificar. Autoridade e direito não pode ser confundido com Autoritarismo, que leva a prática de um poder centralizador. Temos de um lado Jesus Cristo, Filho de Deus, revestido de todo poder e glória, mas que se rebaixou á nossa natureza humana, sem entretanto deixar de ser Deus. E de outro os príncipes dos sacerdotes, escribas e anciãos, defensores ferrenhos da tradição do antigo Israel, e que, por isso mesmo, falando em nome dessa tradição se tornaram autoritaristas com pleno direito sobre a vida do povo, por conhecerem a Lei e os Profetas (Torá), a última palavra eram sempre deles, todas as ações concernentes a prática religiosa, tinham de ter o aval desse grupo, tidos como sábios, guardiães da tradição e da lei, e que aproveitando-se desse status, impunham o seu domínio sobre o povo e não havia quem os afrontasse, isso é, que ousasse dizerem algo que contrariasse os seus ensinamentos. Até que surgiu Jesus de Nazaré, profeta ousado e corajoso, cuja sabedoria superava todas as demais, merecendo a atenção e a admiração do povo...
O que fazer quando alguém subestima nosso conhecimento e autoridade nos trabalhos pastorais? A estratégia utilizada pelos que exerciam o poder na comunidade de Israel, era o questionamento. "Com que direito fazes isso? Quem te deu autoridade para fazer essas coisas?"
O direito emana do Poder, e quem tinha o Poder nas mãos eram eles, os Doutores da Lei, Escribas e Príncipes dos Sacerdotes. Em nossas comunidades o questionamento vai também nessa linha "Escuta, o Padre está sabendo disso?" ou "Você falou com o cooperador?" e ainda "O Coordenador autorizou?". Sem o crivo desses nada se pode fazer ou criar, e nem dar opinião. Quando se faz tal questionamento, é porque a Autoridade virou autoritarismo e aplica-se aquele ditado "Manda quem pode, obedece quem têm juízo..."
Jesus desmascara essa Sabedoria Humana, que quer manipular a Deus, e impor as coisas da terra, como superiores as do Céu. E Jesus mostra como o sistema é frágil, quando indaga sobre o Batismo de João Batista, como se perguntasse aos "Donos e Mandatários da Religião", "Quem de vocês autorizou João Batista a pregar e batizar no deserto?". Os Sabichões percebem que, na armadilha que armaram para Jesus, iriam cair eles próprios, se respondessem que o poder e autoridade de João vinha do Céu, estariam legitimando o Messianismo de Jesus, se respondessem que era da Terra, arrumariam encrencas com o povo, que ouvia, respeitava e admirava João Batista porque viam nele o Profeta enviado de Deus.
E pela primeira vez, os "Donos absolutos da verdade" tiveram que admitir que "Não Sabiam", mas fizeram isso diante do Mestre de todos os mestres, Jesus de Nazaré, nosso Deus e Senhor, diante do qual toda a sabedoria humana, mesmo a mais brilhante, é menos que um grão de areia da praia.
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