Quinta-feira, 05 de abril
Jo 13,1-15
Bom dia! Certo dia (…). Amo isso!
Num jardim, caminhavam tranquilamente vários insetos e cada um vivia sua vida de acordo com suas funções e atribuições. Muitos olhavam na vida dos outros, coisas que mereciam ser copiadas. A minhoca queria ter as pernas no Sr. Gafanhoto, pois era tão difícil se locomover apenas perfurando buracos; a D. Aranha gostaria de ter menos pernas como a Srta. Pulga (que só tem uma), pois era muito caro comprar tantos tênis e sandálias (…). Como nós, nunca estamos por completo, satisfeitos com que temos.
“(…) O olhar do invejoso é mau; ele desvia o rosto e despreza sua alma. O olhar do avarento é insaciável a respeito da iniquidade, só ficará satisfeito quando tiver ressecado e consumido a sua alma. O olhar maldoso só leva ao mal; não será saciado com pão, mas será pobre e triste em sua própria mesa“. (Ecesiastico14, 8-10)
Como em qualquer boa fábula, também existiam uma formiga e uma cigarra. A formiga pra variar, trabalhava, trabalhava e trabalhava (Marta, Marta! Risos). Ao subir para cortar um belo suculento broto de goiabeira, viu a uma cigarra pousar numa árvore e ali ficou. Dia após dia ela podia ver a cigarra ali parada – imóvel.
- Que cigarra imprestável e preguiçosa! Nem pra cantar presta! Assim suspirou a formiga.
Não aguentando mais ver o ócio daquela cigarra, resolveu então ir até a árvore e chamá-la atenção. Falar talvez que a vida não é somente isso. Que deveria começar a planejar sua vida, pois invernos viriam. Como vocês já sabem né? Papo de formiga! Chegando lá gritou:
- Ôh cigarra! Vai trabalhar! Mas esta nada respondeu!
Vendo a cena intrigante, uma cigarra, parou de cantar e perguntou o que estava acontecendo. A formiga rapidamente respondeu que a vida não era só isso e blá, blá, blá…
- Formiga! Realmente a vida não é só isso que vemos! Disse a cigarra. Você não conhece muito sobre a vida ainda.
-Como não sei!? Trabalho em prol da colônia desde que eu era uma ninfa – retrucou a formiga.
- Você não deve ter notado, mas esse ai sou eu. Afirmou a cigarra. Periodicamente precisamos abandonar o que é velho para poder crescer. Isso que você vê é a lembrança do que já fui. Cigarras não são formigas. Ao nascer ficamos debaixo da terra de 2 a 17 anos para poder então poder voar. Durante esse tempo, aprendemos que no momento certo, ganharíamos assas. E continuou:
- Nossa vida aqui fora é curta, por isso não paramos de cantar. Sei que nosso canto perturba, mas não tem como não nos ouvir. Fatalmente, um dia seremos alimento de outros, pois se me escondo acabo vivendo sugando árvores e como você diz, invernos virão e morrerei sem apresentar meu canto. Cantar para mim é a garantia de continuidade de minha espécie, pois nossas fêmeas não cantam, portanto elas se guiam por nosso canto. É a nossa missão, é o nosso trabalho.
“(…) Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira.”.
Criei essa fábula e deixo algumas reflexões:
1. Nem todos que nos cercam “cantam” a nossa canção, mas devemos continuar cantar para guiá-los para onde estamos indo;
2. Não sabemos de tudo! Temos muito ainda por aprender;
3. Preciso decidir entre “cantar” (anunciar, amar, perdoar, acolher) e sugar árvores (enterrar o talento, atrapalhar, criticar);
4. Se meu oficio é “esse canto” aceite abandonar de tempos em tempos a casca velha que não nos deixa crescer; muitos que foram convertidos e encontraram em Jesus uma razão para viver ainda são lembrados pela casca antiga. Que formigas como esta temos aos montes por ai;
5. Não tenhamos medo de ser “alimento” (referência) para os outros E TÃO POUCO DE LAVÁ-LOS OS PÉS;
6. A igreja espera, mais de 15 anos, para a criança deixar de ser “ninfa”, para poder ganhar asas e voz. Isso ela chamou de CRISMA. Quem é crismado é chamado a cantar.
Jesus cumpriu seu canto até o fim! Na humildade suprema foi elevado!
Um imenso abraço fraterno
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